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De assessoria
Um evento que já passou por diversas capitais brasileiras e que agora chega, pela primeira vez, em Goiânia. Esta não é a única novidade do curso de aprimoramento em ABA (em português, Análise do Comportamento Aplicada), uma das técnicas científicas mais eficientes no tratamento de pessoas autistas. Assim como têm apontado as últimas pesquisas mundiais, o curso que começou a ser ministrado ontem, é aberto também aos pais dos pacientes, deixando de ser restrito apenas aos profissionais das áreas de Saúde e Educação.
Levantamento recente realizado nos Estados Unidos e que envolveu 180 crianças com idades entre 3 e 7 anos, com diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA), mostrou que um treinamento mais completo direcionado aos pais dos pacientes pode ser mais eficaz na redução de comportamentos de isolamento de seus filhos do que um simples processo de informação. De acordo com o estudo, chegou a 70% o percentual de respostas positivas das crianças autistas ao ambiente em que vivem, no caso dos pais que receberam uma capacitação mais profunda.
“Nosso intuito é apresentar e discutir as bases teóricas e práticas que fundamentam uma intervenção em Análise do Comportamento Aplicada para pessoas com desenvolvimento atípico. O curso fornece aos alunos, sejam eles profissionais ou pais de pacientes, ferramentas para a aplicação de alguns princípios da terapia ABA”, explica a coordenadora do evento, a neuropsicóloga Raquel Borges Magalhães, organizadora do curso junto com a também neuropsicóloga Glauce Karine Conti
PROGRAMAÇÃO
O primeiro módulo do curso foi iniciado, ontem (31), e terminará hoje (1), e contará com palestra de abertura do neuropediatra goiano Hélio van der Linden Júnior, que vai falar sobre a “Neurobiologia do Autismo”. Em seguida, o psicólogo Robson Faggiani, doutor em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo (USP), aborda tópicos como a avaliação, intervenção e características diagnósticas de pacientes com TEA, e faz uma introdução aos conceitos da terapia ABA.
O curso, dividido em oito módulos, ocorre uma vez por mês até março do ano que vem. A programação ainda conta com outros nomes de peso da área, como os neuropediatras goianos Lívio Chaves e Fábio Pessoa, e os psicólogos Ana Luiza Roncatti, Luana Zeolla e Marina Lemos, de São Paulo.
NÚMEROS
Atualmente, uma a cada 68 crianças está dentro do espectro autista. Em 2000, uma pesquisa realizada no Brasil considerava a proporção de 1 a cada 300. A mudança não está associada necessariamente ao aumento do número de casos, mas, sim, à quantidade crescente de diagnósticos precoces, o que interfere positivamente no prognóstico e qualidade de vida do paciente.
O TEA é uma condição do desenvolvimento neurológico, caracterizado por uma alteração da comunicação social e pela presença de comportamentos repetitivos e estereotipados. O diagnóstico é clínico, feito por meio de observação direta do comportamento e de uma entrevista com os pais ou responsáveis. Os sintomas costumam estar presentes antes dos 3 anos de idade: as crianças não mantêm contato visual efetivo e não olham quando você chama; a partir dos 12 meses, elas também não apontam com o dedinho; demonstram mais interesse nos objetos do que nas pessoas e, quando os pais fazem brincadeiras de esconder e sorrir, podem não demonstrar muita reação.
SERVIÇO
Goiânia recebe curso inédito voltado para tratamento de pacientes autistas
Quando: hoje – 8h às 17h
Local: Alameda Ricardo Paranhos, nº 799,
Edifício Prospére (auditório), Setor Marista
