A quinta fase da Operação “Goiás Contra a Carne Clandestina”, realizada, no último fim de semana, no município de Padre Bernado, fiscalizou 44 estabelecimentos e quatro propriedades rurais, dos quais 31 estabelecimentos foram autuados com multas que somaram mais de R$79 mil e cerca de 10 toneladas de carne foram apreendidas.
De acordo com informações da Agrodefesa, órgão responsável pela ação em parceria com o Ministério Público Estadual e entidades parceiras a situação dos alimentos fiscalizados assustaram pelo alto risco de contaminação apresentado. “Além dos alimentos estarem totalmente fora dos padrões higiênico-sanitários exigidos, encontramos também carnes em estado de putrefação, com presença de larvas de insetos”, descreve o fiscal da Agrodefesa que coordenou a operação, Fernando Borges.
Ele explica que a campanha que tem por objetivo promover a segurança alimentar para os consumidores de carne de todo o Estado, já passou pelos municípios de Jussara, Santa Fé, Santo Antônio do Descoberto, São Miguel do Araguaia, Distrito Luiz Alves, Bonópolis, Comarca de Catalão, Três Ranchos, Davinópolis, Pires Belo e recentemente na cidade de Padre Bernardo e Mimoso de Goiás.
Fernando esclarece que os critérios usados para que as ações fossem realizadas nesses municípios se fundamentam pelo fato de terem sido identificados nesses locais uma constância maior de vendas de carne clandestinas. “São identificadas pelas unidades locais dos órgãos envolvidos a frequência de comercio de produtos clandestinos, no caso carne, com isso identificamos os locais onde havia maior demanda dessas fiscalizações”.
Ele afirma que as operações já resultaram na apreensão de cerca de 30 toneladas de produtos e R$ 280 mil em multas em todos os 11 municípios fiscalizados até agora pela Agrodefesa. “Buscamos garantir que cheguem à mesa dos goianos alimentos de qualidade e com procedência”, diz.
Alerta contra produtos contaminados
O gerente de fiscalização animal da Agrodefesa, Fernando Borges observa que o produto obtido de forma clandestina não tem como os órgãos fiscalizadores garantir as condições de obtenção pelo consumidor. A partir daí o consumidor pode ser contaminado.
Ele alerta que em alguns casos o comerciante mascara a realidade do produto, quando usando de má fé, reaproveita um produto com larva para fazer derivados como embutidos (linguiça) e carne temperada. “Atitudes como essa podem resultar na comercialização de um produto contaminado o que oferece risco para a sociedade que pode contrair diversas doenças como diarreia, vômito, intoxicação alimentar, verminose, teníase e cisticercose, dentre outras”, avalia.
Fernando acrescenta que são fiscalizados os aspectos desses produtos, além da temperatura preconizada pela legislação de armazenamento e estando fora desses padrões o produto é considero improprio para o consumo. “Acontece que mesmo com a documentação estando satisfatório foi identificado má conservação dos produtos, produtos misturados com muita sujeira. Apesar da documentação está em dias os produtos estavam fora do padrão de uso” constatou.
Problemas
A nutricionista, Hortência Guimarães ressalta que os perigos de se consumir esse tipo de produto, são muito grande. “Os produtos obtidos a partir do abate clandestino, sem a devida inspeção veterinária, podem ser vetores de doenças e infecções alimentares. Um dos problemas mais comuns é a toxinfecção alimentar, infecção adquirida através de bactérias ou suas toxinas, que pode levar à morte” avalia.
Outros riscos apontados pela especialista presente em alimentos em más condições sanitárias é a teníase, doença causada por parasitas. Ela descreve que geralmente a teníase é transmitida pelo consumo das carnes mal cozidas ou assadas, que podem causar sérios riscos ao organismo, inclusive problemas como infecção no sistema nervoso. “Existem outras doenças que também são transmitidas pela má procedência das carnes, como, por exemplo, a brucelose. Tais doenças podem levar até mesmo à morte”, conclui.
Ainda outros produtos estavam em estado de putrefação