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Dê livros no natal

O final do ano é sempre um período de festas. Duas das datas comemorativas mais importantes estão marcadas para este período no calendário. Confraternizações nos empregos, reuniões de famílias, reencontro de amigos da faculdade, tudo isto cabem nesse momento. Uma forma de agradecer pela convivencia e constatar o que aconteceu de bom (e de ruim) no ano que se finda através do encontro. Também é comum com a chegada do Natal e também do Revellion que pessoas troquem presentes entre si. É fato que a economia tem uma alteração significativo por conta dessa prática e as empresas se movimentam para de alguma forma atender os gostos específicos de cada cliente.

As presentes mais comuns de se dar no Natal são roupas, calçados e perfumes. O consumo durante o período é intenso e muitos desses presentes acabam criando mofo dentro do guarda-roupa. Além disto, é complicado adivinhar a medida do pé de alguém ou que número de calça a pessoa veste, porém um livro não tem tamanho. Propomos nesta matéria que o leitor dê presentes que possam alargar o horizonte, ou seja, permitir que o presenteado entre num universo diferente e se delicie por lá. A variedade de histórias, de sabores e temperos de um livro é quase infinita sendo um ótimo presente por se encaixar no gosto de cada pessoa. Listamos abaixo alguns livros para que o leitor pense esta ideia. Confira:

Mistborn: Nascidos da Bruma – Brandon Sanderson

Para quem gosta de literatura fantástica e tem prazer de entrar nesses mundos lúdicos, a coleção Mistborn é um bom presente. O primeiro volume chamado Nascidos na Bruma conta de um héroi que apareceu para salvar o mundo, desafiando a escuridão que sufoca a terra. Ele falha e desde então (cerca de mil anos) o mundo se torna apenas um deserto de cinzas e brumas. A terra é governada por um imperador imortal chamado Senhor Soberano e, apesar das revoltas, se mantém no poder. Nessa sociedade onde as pessoas são divididas em nobres e skaa - classe social inferior -, Kelsier, um ladrão bastardo, se torna a única pessoa a sobreviver e escapar da prisão brutal do Senhor Soberano, onde ele descobriu ter os poderes alomânticos de um Nascido da Bruma - uma magia misteriosa e proibida. Agora, Kelsier planeja o seu ataque mais ousado: invadir o centro do palácio para descobrir o segredo do poder do Senhor Soberano e destruí-lo. Para ter sucesso, Kel vai depender também da determinação de uma heroína improvável, uma menina de rua que precisa aprender a confiar em novos amigos e dominar seus poderes.

Harry Potter e a Pedra Filosofal – J. K. Rowling

Outra proposta para quem se interessa em abrir os olhos para mundos diferentes são os livros que contam a história do bruxo Harry Potter. Famoso em diversas partes do mundo, a coleção obteve grande destaque com a adaptação para o cinema. Daí pra frente as aventuras de Harry Potter se firmaram no imaginário mundial, sendo atualmente um dos personagens mais conhecidos do mundo contemporâneo. O primeiro livro da série, Harry Potter e a Pedra Filosofal, conta a história das primeiras aulas em Hograwarts e também a primeira batalha de Harry e seu maior inimigo: Valdemort. Apesar de ser um livro feito para o público infantil a história pode agradar todas as idades sendo um bom presente tanto para crianças como para adolescentes e adultos. É uma boa pedida.

O homem que calculava – Maba Tahan

O Homem que Calculava - um clássico brasileiro, já traduzido para o inglês e espanhol - mantém o valor pedagógico comum a toda a obra de Malba Tahan, que, sem perder o clima de aventura e romance da terra das mil e uma noites, ensina matemática por meio da ficção. O livro fala das proezas matemáticas do calculista persa Beremiz Samir - o Homem que Calculava - tornaram-se lendárias na antiga Arábia, encantando reis, poetas, xeques e sábios. Neste livro, Malba Taham relata as incríveis aventuras deste homem singular e suas soluções fantásticas para problemas aparentemente insolúveis.

Eu, Cowboy – Caco Ishak

Se você conhece algum amigo que tenha um apresso para a literatura nacional ou melhor por personagens destorcidos e ao mesmo tempo reais, Eu, Cowboy, primeiro romance de Caco Ishak, é um bom presente. Trata-se de um “não-livro” onde personagens parecem sumir e reaparecer a contragosto do autor, como areia movediça em deser liquido emaranhado de quebras e pontos áridos. Caco leva em consideração os autores beats, que saiam estrada a fora fazendo uso de drogas ilicitas e narrando suas aventuras. Porém, o autor pensa a ideia contrária, ou seja, o não-fluxo. O autor diz que “hoje ninguém mais flui; apesar dos tempos líquidos, estamos todos ancorados numa bóia irrequieta em meio a uma contracorrente in-existencial”.

Nome do vento – Patrick Rothfuss

Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso. Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O nome do vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano - os lendários demônios que assassinaram sua família no passado. Nesta provocante narrativa, o leitor é transportado para um mundo fantástico, repleto de mitos e seres fabulosos, heróis e vilões, ladrões e trovadores, amor e ódio, paixão e vingança.

A poesia também tem espaço nas compras de natal. Sendo um dos poetas mais relevantes da literatura nacional, Manoel de Barros, é tocante como um canto de passarinho. A magia do Pantanal mato-grossense e a sua relação com coisas pequenas (os mínimos) apresentam um novo olhar para o mundo. Manoel de Barros em Arranjos para Assobios consegue conquistar o leitor poema por poema. Haja vista o poema Gorjeios: “Gorjeio é mais bonito que canto / porque nele se inclui a sedução/ É quando a pássara está enamorada que ela gorjeia./ Ela se enfeita e bota novos meneios na voz./ Seria como perfuma-se a moça para ver o namorado/ É por isso que as árvores ficam loucas se estão gorjeadas./ É por isso que as árvores deliram/ Sob o efeito da sedução da pássara as árvores deliram./ E se orgulham de terem sido escolhidas para o concerto.

Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século - Organização: Marcelino Freire

O conto é quase que um romance de forma mais sucinta. Com às várias experimentações da literatura um novo formato de conto, ainda menor, é deglutido por diversos autores. O micro-conto é a peça chave do livro Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século publicado pela Ateliê Editorial e organizado pelo romancista e contistas Marcelino Freire. O escritor convidou cem autores brasileiros e propôs o desafio de criar contos usando apenas 50 letras. Participam do livro Fabrício Capinejar, Santiago Nazarian, Lygia Fagundes Telles, Nelson Oliveira, Ivana Arruda, Glauco Mattoso e outros.

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