SÃO PAULO - O incêndio que atingiu o Museu da Língua Portuguesa na tarde desta segunda-feira, em São Paulo, pode ter sido causado por um curto-circuito iniciado após a troca de uma luminária no primeiro andar do prédio na tarde da segunda-feira. A afirmação é do coordenador da Defesa Civil, Milton Persoli. Segundo ele, cerca de 30 funcionários trabalharam no prédio no dia do acidente fazendo serviços de manutenção. O museu estava fechado para o público.
— Um dos funcionários me disse que retirou a luminária, desceu da escada e se afastou para pegar a luminária nova, e quando voltou já tinha um curto e um foco de incêndio — afirmou Persoli. Segundo o coordenador da defesa civil, a escada, que era de alumínio e por isso não é inflamável, ainda estava no local da troca da lâmpada, com o entorno todo queimado, o que reforça a versão do funcionário.
Milton Persoli disse que “uma simples troca de luminária, sem uma prevenção adequada, pode desencadear um processo como esse”. O brigadista Ronaldo Pereira da Cruz, que trabalhava no local, morreu ao tentar conter as chamas.
— Quem vai definir se essa troca de lâmpadas tem relação com o incêndio é a polícia. Estamos fazendo agora uma vistoria técnica para análise estrutural do prédio — afirmou Persoli.
A possível causa desta tragédia será investigada pela Polícia Técnico-Científica. Três engenheiros do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) começaram nesta manhã uma vistoria no interior do museu. Dois inquéritos, um sobre a morte do brigadista Cruz e outro para apurar a causa do incêdio foram abertos no DP do Bom Retiro.
O na zona norte da capital paulista. “Ele morreu fazendo o que gostava”, lamentou Rita de Cássia, mulher do brigadista em entrevista à TV Globo.
— Eu sei que ele está feliz onde ele está porque morreu fazendo o que gostava mesmo — afirmou Rita de Cássia.
Ao longo do dia, os peritos fazem uma varredura por todos os andares, começando pelo último. O objetivo é verificar as condições estruturais do prédio. A inspeção poderá contar com testes feitos com vagões de trem, para verificar se a trepidação causada pelas composições causa instabilidade no prédio. Não há previsão para a volta de circulação dos trens ou de liberação dos prédios.
A entrada principal da estação, pelo Parque da Luz, deverá ficar interditada por tempo indeterminado porque, de acordo com a Defesa Civil, ainda não há condição segura para circulação de pessoas. Durante a madrugada, bombeiros realizaram uma primeira investigação no local e retiraram escombros, criando uma rota segura para os investigadores.
— Essa vistoria dos bombeiros foi de grande ajuda para a nossa entrada nos escombros — disse o engenheiro do IPT José Teófilo Leme de Moraes.
As chamas foram combatidas por quase três horas, alcançaram cinco metros de altura e só foram controladas às 18h30 de ontem. Pouco antes das 20 horas, o incêndio havia acabado e os bombeiros começaram a deixar o local. O , que também abriga um dos mais importantes terminais ferroviários da capital paulista.