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DMonline completa 20 anos: site revolucionou comunicação em Goiás

O site do Diário da Manhã, o terceiro a circular em todo Brasil, completa duas décadas de existência.

No dia 23 de janeiro de 1996, após um dia agitado e muita correria do presidente Júlio Nasser e da equipe de informática do DM, o site em html – linguagem de hipertexto criada por Tim Berners-Lee em 1993 - foi postado no endereço atual: www.dm.com.br.

Por volta das 20h40 daquele dia, começou a correria para levar o material em disquetes – mídia de plástico já extinta do moderníssimo mundo digital.

Parte da concorrência que não entendeu o que estava acontecendo sorriu da iniciativa.

Uma minoria achou ousada a iniciativa.

Primeiro site do DM tinha formato simples em html: a imagem da foto mostra sua segunda versão, com mais imagens, em 1999

dm1999a

Na época, a Cultura Online, empresa que hospedava sites em Goiânia, foi a executora do projeto.

A ação pioneira do DM teria sido antecedida apenas pelo “Jornal do Brasil”, um ano antes, e “Folha de S. Paulo”.

Em Goiás, desde o início, o site do DM foi o mais vitorioso em furos de reportagem, em atualidade, acessos e ineditismo.

Ofereceu email grátis, galeria de imagens, blogs, acesso livre, programação inovadora, introduzindo conceitos de slide bar, de barra de rolagem, de gif, de reprodução de vídeo, de transmissão ao vivo, de salas de bate papo, de web first.

O jornal tornou-se o primeiro farol dos goianos espalhados pelo Brasil e mundo. Foi por anos e anos o único a oferecer informação atualizada para aqueles que estavam espalhados na Europa e nos Estados Unidos.

Nos primeiros cinco anos, somente os leitores ‘estrangeiros’ do DM já eram superiores aos internautas de todos os veículos online de comunicação do Estado.

A equipe de reportagem era a própria redação, que ainda não percebia bem o que significava “cair na rede”.  Começava nesta época um costume ainda hoje forte: gestores públicos, internautas sequiosos por informação e leitores acostumados ao impresso aguardavam o DM colocar no ar, por volta da meia noite, o conteúdo completo do jornal. E só depois de bem informados dormiam em paz.

Já acordavam assim sabendo o noticiário que os demais jornais dariam horas depois como ‘notícia’.

O dmonline foi um sonho de anos antes, mas sua execução demorou poucas horas. “Eu já tinha isso em mente logo com a chegada da internet, mas foi o pessoal da Cultura Online que chamou atenção para o fato do "Jornal do Brasil" já estar na internet”, recorda Júlio Nasser.

A revolução que estava em marcha diria muito sobre o futuro do jornalismo. O principal concorrente do DM só chegaria no mundo online um ano depois, e com o pressuposto de que deveria cobrar pela informação.

Desde o início, o DM assimilou uma nova forma de entender a comunicação em rede: a democratização da cultura e a defesa do livre fluxo informacional.

Em todos estes 20 anos, o jornal jamais questionou na Justiça a replicação de informações publicadas primeiro em seu site. A ideologia do dmonline reproduziu a mesma base editorial instituída pelo jornalista Batista Custódio, quando fundou o DM em 1980: doa a quem doer, a informação tem que circular. E mais rápida do que os concorrentes.

Ao contrário dos que defendiam cobrar por informação, o Diário da Manhã ajudou a construir uma memória digital de Goiás, tornando-se o líder em buscas de sites como Cadê, Yahoo, Google e Bing.

A primeira edição, recorda Alex Clímaco, formado em Ciências da Computação pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e um dos mentores técnicos de ações pioneiras do DM, como o DMTV, foi produzida sem  php ou qualquer outra forma de banco de dados. “Era produzido em html no Netscape, antigo browser. Depois seguia tudo via FTP”.

O FTP é a transmissão de protocolos e pastas para o provedor, que postava o conteúdo na internet.

Júlio Nasser afirma que desde o início vislumbrava uma nova forma de jornalismo e jornalista, mas que sempre foi incompreendido por alguns profissionais que estavam ainda desinformados quanto à nova mídia. “Costumava dizer uma palavra hoje fora de moda, mas atualíssima: o jornalista precisava ser multimídia”.

De fato, a palavra saiu de moda. Mas se tornou real. Tão real que a produção de material informativo para as redes obedece a um princípio da mídiamorfose. Ou seja, a internet é um liquidificador que vai batendo em seu copo todas as mídias, sem perder nenhuma de suas características.

Hoje, o jornalista de web precisa ser fotógrafo, registrar vídeo, editor de áudio e vídeo, escritor, redator, programador e ter noção de infografia digital.

O Diário da Manhã esteve sempre à frente do seu tempo:   foi o primeiro a publicar áudios, vídeos, newsgames e várias outras plataformas e formas de conteúdo.

A característica central do www.dm.com.br é que ele sempre teve o dedo de quem mais gosta do universo informacional e da tecnologia da informação: os nerds.

Se antes Júlio Nasser foi o pioneiro e tornou o site imagem e semelhança do que desenhou em uma simples lauda de redação para que a linguagem de programação o tornasse digitalizado, os demais integrantes da equipe do DM seguiram o mesmo caminho.

Programadores como Walter Garrote, Wesley Assunção, Wallace Almeida e mais recentemente Arthur da Paz e Pedro Nasser tornaram o site mais dinâmico e responsivo a ponto dos fatos ocorrerem e imediatamente a testemunha ou jornalista poder enviar em tempo real vídeos e imagens para o site do jornal.

FORMATOS DIFERENTES

Desde a década de 1990, o DM tornou-se paradigma de duas formas de jornalismo produzido para a internet: o jornalismo online e o webjornalismo, que aos poucos foi se desenvolvendo a ponto de se diferenciar da simples réplica da edição  em papel.

Cada um guardava suas diferenças: o jornalismo digital reproduzia na internet o conteúdo do veículo impresso com suas características essenciais, como a diagramação ou a sequência de notícias.

O DM foi o pioneiro no Brasil a utilizar o formato flip, que emulava digitalmente a ação de folhear o jornal, o que agradava os tradicionalists.

Modelo bastante comum hoje, antes o flip exigiu muita pesquisa e esforço da equipe do DM, que se inspirou nos veículos americanos, responsáveis por colonizar a internet com mais notícias e menos reportagens.

O modelo web, com características mais específicas do modelo de leitura virtual, foi instituído pelo jornal a partir do final da década de 1990: uso de hiperlinks,  vídeos, gifs, etc.

Conforme Ulisses Aesse, jornalista com especialização em comunicação digital, que atuou na instalação da TV web do Diário da Manhã, o DMTV, o jornal online desde o início era um “laboratório experimental”: “O dmonline renovou os leitores do jornal. De repente, um monte de gente que não lia o DM, que tinha se acostumado a uma nova forma de leitura, mais detetivesca, mais assimétrica e não linear, encontrou nele seu espaço de discussão e informação”.

Durante esta semana, o DM vai relembrar fatos marcantes da edição online, sua história e personagens que inovaram ao pensar primeiro a produção de formato digital de comunicação em Goiás.

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