Cerca de 250 mil crianças que estão em sítios da Síria cercadas por combatentes no conflito que devasta o país desde março de 2011, são obrigadas a se alimentar com ração preparadas para animais e capim para conseguirem sobreviver. A informação foi publicada nesta quarta-feira, 9, em um relatório da ONG internacional Save the Children.
A ONG baseia-se nos depoimentos de pessoas que vivem e trabalham em zonas sitiadas da Síria, país localizado na Ásia Ocidental.
O relatório descreve a situação principalmente das crianças, muitas estão morrendo por doenças que poderiam ser evitadas se não houvesse falta de medicamentos e vacinas, além de saneamento básico. As principais doenças são a raiva, doenças de pele e intoxicações gástricas. Outas estão morrendo por desnutrição.
Realidade cruel
De acordo com informações da Save the Children, as crianças além da precariedade de higiene e alimentação, são particularmente afetadas pela inflamações e infecções pulmonares, resultado das emanações de fumaça das explosões.
Os acompanhamentos de pré-natal e obstetrícia são quase inexistentes e muitas mortes de crianças e mães ocorrem com muita frequência.
Muitas das mortes são consequência de hemorragias e da impossibilidade de operar. A maioria dos partos acontecem em casa e não possuem uma parteira ou qualquer profissional da saúde.
Bebês morrem, muitas vezes, por falta de incubadoras, em caso de nascimentos prematuros.
Várias famílias relataram que ficam sem comer durante todo o dia, por vários dias.
Conforme divulgado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, 450 mil pessoas se encontram sitiadas na Síria atualmente e cerca de 150 mil delas não receberam qualquer tipo de ajuda desde meados de fevereiro.