Na última segunda-feira (28), a Federação Goiana de Municípios (FGM) recebeu a visita do perito de trânsito Antenor Pinheiro. Na ocasião, ele debateu políticas públicas e a situação dos municípios goianos em relação à mobilidade urbana com o grupo técnico da instituição. Além disso, Antenor pontuou os principais desafios que surgiram nos últimos anos em relação ao tema com a gestão pública.
De acordo com o assessor técnico para a área de mobilidade urbana da FGM, Alexsandro de Oliveira, a instituição deve proporcionar discussões com secretários e técnicos da área para solucionar os problemas dos municípios goianos em relação ao tema. “Podemos desenvolver um fórum que avance em um debate eficaz de políticas públicas sobre mobilidade urbana. Além disso, é necessário reunir um corpo técnico para discutir a realidade dos municípios goianos”, comentou.
Antenor detalhou as experiências que adquiriu durante viagens a países desenvolvidos e subdesenvolvidos, expondo os principais sistemas de mobilidade e a percepção dos habitantes de cada cidade visitada. “No ano passado, visitei 18 cidades do Canadá e dos Estados Unidos. Durante essa viagem foi possível identificar que os conceitos podem ser copiados, o que facilitaria a vida dos cidadãos, respeitando as características de cada local”, explicou Antenor.
Indo mais além, o perito de trânsito também pontuou que o principal problema brasileiro está na gestão. “Os nossos gestores têm dificuldades de ver a longo prazo. Por exemplo, temos políticas importantes na parte social, mas que acabam gerando problemas de mobilidade urbana”, exemplificou. Segundo Antenor, apenas 20% do trânsito brasileiro é municipalizado, o que representa 70 a 80% da frota nacional. Em Goiás, a municipalização do trânsito cai para 12%.
Bons exemplos
Para Antenor, os municípios goianos têm bons exemplos para serem seguidos, como Bogotá, Medellín (ambos da Colômbia) e algumas cidades da Holanda. Analisando as duas primeiras cidades, o perito chegou à conclusão de que os benefícios vão além de soluções na área de mobilidade. “Eles trabalharam em três eixos que reduziram em 85% dos homicídios nas cidades: iluminar, limpar e povoar. Com isso, não solucionou apenas os problemas de trânsito, mas também combateu significativamente a criminalidade.
O que os municípios devem evitar, na visão do perito, é a reprodução de modelos que deram errado em outros locais. “Goiânia, por exemplo, tem que parar de copiar o que deu errado em São Paulo. Consequentemente, os pequenos municípios do interior devem parar de fazer o mesmo em relação à Goiânia. É preciso coragem e atitude para implementar, mas muitos sofrem com a falta de criatividade”, finalizou Antenor.