Nesta sexta-feira (8/4), o papa Francisco divulgou o documento "A Alegria do Amor" no qual pede mais compreensão com relação às famílias não tradicionais. O pedido é feito aos sacerdotes do mundo inteiro com intuito de aceitar gays e lésbicas, divorciados católicos e outras pessoas que vivem em situações que a Igreja considera "irregulares".
O documento tem 256 páginas trazendo as conclusões de duas reuniões sobre a família. O pontífice afirmou que a igreja não deve fazer julgamentos e "atirar pedras" contra as pessoas que não conseguem viver de acordo com ideias de casamento do Evangelho.
Por outro lado, o mesmo documento rejeita a equiparação das uniões homoafetivas com o matrimônio. Conforme o texto, não há fundamento para fazer analogias entre os dois tipos de união. “Desejo, antes de mais nada, reafirmar que cada pessoa, independentemente da própria orientação sexual, deve ser respeitada na sua dignidade e acolhida com respeito”, afirma o papa.
Além das uniões homoafetivas, o texto também traz o posicionamento da Igreja sobre a situação das pessoas divorciadas. O papa Francisco já se mostrava aberto para dialogar sobre a questão. Em 2015, tinha pedido para que fiéis divorciados fossem acolhidos e não excomungados.
Apesar do documento falar sobre acolher divorciados, não deixa claro se pessoas nessas condições podem voltar a comungar. Documentos anteriores, como o Familiaris Consortio de 1981, divulgado pelo papa João Paulo II, afirma que divorciados que voltam a se casar podem voltar à comunhão com a condição que haja castidade conjugal.
Em termos gerais, "A Alegria do Amor" não foi considerado revolucionário. Mas, segundo a CNN, deve agradar tanto liberais, quanto conservadores, sendo assim, a abrangência do conteúdo do documento é limitado.