A nova "Playboy" brasileira já está nas bancas. Depois que a aditora Abril informou que simplesmente deixaria de investir na revista, um milagre aconteceu e ela está de volta.
Não se sabe por quanto tempo. Mas a magazine chegou imensa: 150 páginas e vários anúncios. E o bom e velho jornalismo 'macho', sem ser sexista.
Em uma das bancas de Goiânia, no Centro de Goiânia, a publicação estava lá no canto, ainda sem grande procura. mas a expectativa do vendedor é grande: "A Playboy sempre foi nosso carro-chefe. Vamos ver como será agora".
Manoel Pedro diz que está ansioso para ver os números da venda da nova fase da revista.
No passado a “Playboy” trouxe para seu público mulheres nuas, seções de piadas, coelhinhas, entrevistas, informações de consumo, discussões políticas e cultura do homem.
Agora, apesar da variação, ela traz um formato mais adequado ao mundo moderno, com um pé na tecnologia.
Para a primeira capa foi escolhida a polêmica atriz Luana Piovani, afastada da TV após ser mãe.
A nudez foi trabalhada artisticamente - algo que parte dos homens, o consumidor final, não gosta muito.
Existe até nu frontal de Luana, mas de leve.
As fotos de ChristianGaul tornaram a atriz brasileira mais elegante. É sensual e está longe de ser vulgar. Na verdade, a revista brasileira apenas segue a tendência da publicação americana, que evita agora bater direto com o erotismo e pornografia da internet.
Mãe de três filhos, Luana aparece como diva. As fotos são esvoaçantes, banhadas pelas retículas e, claro, pelo software Photoshop.
CRISE
Há dois meses, a Playboy americana anunciou que não publicaria mais cenas de nudez. Era a tentativa de se manter em um mercado que sangra a cada dia.
As novas espécies de leitores não buscam mais as imagens de nudez das famosas. Elas não interessam aos navegantes que podem ter um amplo repertório de mulheres nuas em milhares de sites.
A nota da editora Abril deixava claro que a decisão é uma opção de mercado: "O processo dá continuidade à estratégia de reposicionar-se focando e dirigindo seus esforços e investimentos às necessidades dos leitores e do mercado", completou a Abril.
A estratégia da Playboy das duas últimas décadas era investir pesado em mulheres famosas.
Elas não precisavam sequer apresentar beleza estonteante. Bastava a fama.
Mas a própria fama sofreu mudanças consideráveis nos últimos anos, com uma série de destradicionalizações.
Há 15 anos, a revista conseguiu marcas históricas: em janeiro de 2000, Vera Fischer vendeu quase 700 mil exemplares.
Dois meses depois, chegava o segundo ensaio da Tiazinha, com marca semelhante.
E dois meses depois, chegava nas bancas a também performática Joana Prado (a Feitiçeira), em um novo ensaio. Mas as vendas só foram caindo. E o ritmo de estrelas ficou cada vez menor.
Nos últimos anos, a revista desesperadamente apelou até mesmo para as musas do funk, caso da pós-adolescente Tati Zaqui. Era um grito de socorro da marca, que já amargava vendas baixíssimas nos últimos cinco anos.
A expectativa é que agora seja diferente com Luana Piovani. E a expectativa é ainda maior com a capa d próximo mês.