Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil
A noite de sábado (2) registrou protestos violentos na cidade de Magé, na região metropolitana do Rio. A manifestação foi por causa da morte de uma criança de 5 anos, Matheus Santos de Moraes, durante troca de tiros entre policiais e suspeitos de tráfico em uma comunidade da periferia.
O protesto de moradores resultou em 14 ônibus incendiados e 20 depredados, segundo a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor). Os ônibus operavam linhas municipais e faziam a ligação com Niterói e Duque de Caxias. Lojas sofreram tentativas de arrombamento e vidros de agências bancárias foram quebrados.
Os policiais militares (PMs) do 34º BPM alegaram, segundo o delegado de polícia Giniton Lages, titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, que foram recebidos a tiros quando estavam em patrulhamento na comunidade da Lagoa. De acordo com a Polícia Civil, mais três pessoas foram atingidas, mas não correm risco de morte.
O delegado disse que os PMs primeiro se dirigiram ao batalhão e somente depois apresentaram a ocorrência na delegacia, o que poderia prejudicar as investigações, possibilitando que vestígios importantes fossem perdidos em função da comunicação tardia do fato.
Um inquérito policial foi instaurado pela Polícia Civil e diligências estão sendo feitas para tentar identificar de onde partiu o tiro que matou Matheus. Os PMs foram ouvidos e suas armas, apreendidas. Será feita uma reconstituição simulada, visando a confrontar as versões dos policiais e das testemunhas.
A PM se pronunciou em nota e reforçou o que foi dito à Polícia Civil, que os policiais depararam com criminosos vendendo drogas no local e aí houve o confronto.