A última quarta-feira, 29, foi de surpresa para o proprietário de uma pamonharia de Jaraguá, região central de Goiás, que após ter o estabelecimento assaltado por um homem, recebeu um pedido de desculpas por escrito, além de ter todo o dinheiro roubado de volta. O pedido foi feito através de uma carta em que o assaltante pede que orem por ele.
O crime aconteceu no dia 25 deste de junho, por volta das 19h30, no momento em que um homem entrou na pamonharia com uma faca, usando um capacete de moto e ameaçou o proprietário, Ivanilton José de Oliveira, pedindo todo o dinheiro do caixa. Imagens da câmera de segurança registraram o momento em que a assaltante pega a quantia das mãos do comerciante e em seguida foge.
Até então, o fato trata-se de um crime “banal” dos dias atuais, porém, a reviravolta ocorreu na madrugada de terça para quarta-feira da semana seguinte, quando o proprietário do estabelecimento roubado recebeu um envelope debaixo da porta da casa onde mora, que fica ao lado da pamonharia.
Ivanilton achou estranho aquele envelope, mas quando abriu ficou feliz com o que encontrou. Nele, havia a quantia roubada, cerca de R$ 270, e uma carta anônima que pedia perdão pelo ocorrido.
“Nunca fiz isso na minha vida, não sei porque fiz, fui criado de maneira honesta, fui ensinado a nunca fazer isto [SIC]”, diz o texto. Além disso, na carta o autor afirmou estar arrependido e que não conseguia dormir direito. Ele prometeu nunca mais cometer assaltos. “Sei que vocês são evangélicos se puder ore por mim, pois estou afastado dos caminhos do senhor e pretendo voltar logo. Obrigado [SIC]”, finaliza a carta.
O comerciante diz ter ficado aliviado e contente pelo gesto, além disso, ele ainda acrescenta que está orando pelo assaltante e não guarda nenhum tipo de ressentimento.
O fato inusitado ganhou repercussão na cidade e foi divulgado em vários rádios locais. Ivanilton sempre é visitado por pessoas curiosas que querem saber mais sobre o caso.
Apesar da comoção dos moradores de Jaraguá e do próprio comerciante, o delegado Marco Antônio, da regional de Goianésia, informou que o caso ainda continua sendo investigado. “Para esse tipo de crime, a autoridade policial tendo conhecimento, ela deve investigar”, diz, reiterando que a posição da vítima não impede a instauração do inquérito e nem uma futura condenação.
O delegado ainda acrescentou que caso seja da vontade de Ivailton, ele poderá prestar depoimento em favor ao criminoso, o que pode resultar na diminuição da pena. Caso haja um julgamento, o fato de o autor do crime ter devolvido o dinheiro será levado em consideração para reduzir a pena.