O governo federal anunciou nesta quinta-feira, 14, mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida, onde famílias com crianças nascidas com microcefalia passam a ser prioridade, sendo dispensadas de participar do sorteio de inclusão no projeto. O anúncio foi feito pelo ministro das Cidades, Bruno Araújo, durante solenidade no Palácio do Planalto.
“É com satisfação, atendendo orientação do presidente da República, neste momento em que o país e, de modo especial, a Região Nordeste, sofrem com a Zika e o surto de microcefalia, que o Ministério das Cidades, dentro das prioridades de atendimento da população brasileira de acesso a esse programa na faixa 1, passa a estabelecer a prioridade máxima às famílias que tenham tido filhos portadores da microcefalia”, disse o ministro. A faixa 1 do programa é destinada para aqueles que tem renda familiar de até R$ 1,8 mil por mês.
Araújo ainda informou dados de casos de microcefalia no país, sendo 1.687 já confirmados, 8.451 em suspeita, 3.142 que ainda estão sendo investigados e 3,6 mil descartados.
Durante a solenidade o presidente interino Michel Temer afirmou que o número de casos de microcefalia é “preocupante”. “A grande maioria é de mães usufrutuárias do Bolsa Família, ou seja, pessoas ainda pobres. É um plano não só para o presente, mas também para o futuro. Não é improvável, embora a epidemia tenha passado no tocante ao mosquito, mas a microcefalia é resultante de outras causas. Pode acontecer que, em outros momentos, surja a mesma questão. Para tanto, é que essa instrução foi assinada”, disse Temer, durante a cerimônia.
O ministro das Cidades afirmou que as obras que ainda não entregues serão destinadas às famílias de prioridade. “Dentro desse princípio de ter atenção especial para este momento de grave situação, o Programa Minha Casa, Minha Vida passa as 200 mil unidades ainda não entregues para o atendimento dessa orientação”, afirmou o Araújo.