O filme “A última gargalhada” (1924), do diretor alemão expressionista F.W Murnau, relata o dia em que um funcionário despedido de um hotel acorda e deseja seguir a rotina: ou seja, ir novamente para o trabalho.
Impossibilitado, devido ao fim do contrato, o trabalhador, um porteiro interpretado pelo ator Emil Jennings, fica sem saber o que fazer. Veste o uniforme e segue para onde trabalhava, mas já não é mais aquele que atuava no hotel. Torna-se invisível.
Esta sensação horrível é um drama de muitos todos os dias. E Murnau apenas retrata o desprezo humano a partir de uma obra prima sem falas. Agora, pense bem se o mesmo ocorrer com profissões inteiras.
E, de fato, a história é um cemitério de profissões mortas. Basta lembrar que antes de Robert Boyle, um dos pais da química, existia no mundo uma profissão chamada de alquimia. Nela, pessoas sérias tentavam descobrir o elixir da juventude e uma substância que tornasse outro elemento em ouro.
Se a alquimia, que dominou o mundo do século 1 ao 15, desapareceu, saiba que outras podem sumir do mapa em bem menos tempo: em 20 anos.
Conforme o Businessinsider, site de informações high tech do sistema financeiro, existem várias com grande possibilidade de automação. As profissões até resistiriam em tese, mas sem a necessidade de humanos – daí que perderiam a configuração de profissão.
Neste diapasão, os juízes de futebol e de outros esportes seriam substituídos por máquinas. Com elas a chance de erro cairia sensivelmente. A chance de esta função ser automatizada é de 98,3% nas próximas duas décadas.
Se você é operadora de telemarketing, então, cuidado: as chances de automação chegam a 99%. A ideia é substituir pessoas por robôs, que, aliás, não ficam nervosos com as críticas dos clientes nem falam em “gerúndio”, caso assim sejam programadas
O mesmo se diz para o relojoeiro: as máquinas já são capazes de realizar a montagem precisa, ajustar ou calibrar os relógios. Existe o índice de 98,5% de chances de automação.
O analista de crédito é outro com os dias contados, pois um aplicativo vai fazer todo o serviço.
Caixas de banco também estão na linha de desmontagem. Existe uma média de 98,3% de chances deste profissional ser desnecessário. Caixas conseguiriam fazer todas as operações hoje praticadas por eles.
MÁQUINAS
Profissão cada vez mais requisitada, o operador de máquinas e tratores deve ser substituído na pós-modernidade. Como robôs sofrem menos acidentes, eles seriam mais em conta para os investidores.
Esta previsão é improvável devido ao interesse por trás da arte das modelos, mas existe um indicativo de que robôs realizam melhor a apresentação de roupas, por exemplo. A Businessinsider ainda relata que trabalhadores de serviços postais, cozinheiros, caixas de supermercados, motoristas, escriturários, montadores na indústria de elétricos e eletrônicos estejam com aviso prévio.
Para os que não acreditam no fim das profissões e atividades, uma das ocupações mais disputadas pelos músicos do passado era ser o pianista do cinema. Eles tocavam ao vivo a cada apresentação dos filmes. Um dia chegou a novidade: os cinemas mudos seriam trocados por filmes falados. Muitos ficaram deprimidos com a novidade.
No norte da China, em Harbin, um restaurante já oferece garçons robôs, cujo diferencial é a gradação das cores. Eles são capazes de reproduzir até dez expressões faciais diferentes. O mesmo empreendimento tem cozinheiros e lavadores de louças robôs. Apenas duas pessoas trabalham num universo de 60 robôs.
Para não chorar e cair deprimido feito o personagem de Murnau: profissões morrem; outras nascem. Os analistas de mídia sociais–por exemplo–estão em alta. Em parte assimilados por jornalistas e relações públicas, eles abriram um campo amplo para várias e inovadoras profissões.
O mercado sempre terá demandas que dependem dos humanos.