O temor de invasão da Amazônia brasileira por suas riquezas naturais foi manifestado por John Nicholas Landers, conhecido mundialmente pela introdução do plantio direto na região do Cerrado e que fomentou a economia agropecuária de natureza preservacionista. John Landers é inglês e chegou ao Brasil em 1966 para cumprir estágio para o Research Institute, na condição de pesquisador irrigante. Nunca mais deixou o País. Chegou a ter propriedade rural com demonstração do Plantio Direto. Condecorado pela rainha Elizabeth II com a Ordem do Império Britânico, em cerimônia no Palácio de Buckingham, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Goiás (UFG) na última sexta-feira, no auditório da Escola de Agronomia, em Goiânia. Tratou-se de reconhecimento ao seu trabalho na promoção do plantio direto com o sistema de agricultura sustentável no Cerrado brasileiro.
Na oportunidade, contou sua história de vida, seus sucessos e fracassos, traçou o futuro da atividade agropecuária brasileira e teceu considerações sobre os riscos de invasão da Amazônia. Não deu maiores detalhes. Afinal, o momento era de comemoração. Este receio existe, apesar da presença de tropas do Exército na região, como base militar em Cachimbo (PA), e ainda da Força Aérea Brasileira. Os interesses são múltiplos para despertar invasão direta ou simulada. As ricas reservas minerais, florestas, recursos hídricos sem similares, fauna despertam qualquer país. As múltiplas Ongs, apesar de pretextos humanitários, são vistas sob suspeitas. Estariam a serviço de quem?
Olhos do mundo para a Amazônia
John Landers abriu um parêntesis para dar depoimento sobre riscos de invasão amazônica, quando discorreu sobre suas visões do futuro da agricultura. Ao falar que as exportações brasileiras crescerão vertiginosamente e, até 2040, o arroz irrigado ocupará 10% das terras baixas da Amazônia, apontou os olhos do mundo para essa imensa região do Norte. A área é propícia aos plantios rizícolas, a exemplo do que acontece na Ásia. A declaração do notável cientista da Inglaterra causou algum impacto na platéia, surpreendendo alguns que se entreolharam na hora, demonstrando surpresa.
Esse assunto foi mais forte em outras épocas. Os americanos costumam comentar a respeito que tudo não passa de paranóia a ideia de intervenção dos Estados Unidos na Amazônia. Não há nenhum indício. Há 30 anos previa-se que o causador de um conflito internacional de proporções mundiais seria o petróleo. Acreditava-se que o início da luta armada aconteceria em uma nação membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Hoje, os meios de comunicação e os debates internacionais mostram que a água potável do planeta pode se tornar tão escassa a ponto de causar guerras. Para alguns experts, o Brasil será uma espécie de OPEP da água. A Organização das Nações Unidas (ONU), há cerca de 20 anos, vem alertando para o problema da escassez mundial e estipula que 2,7 bilhões de pessoas – cerca de dois terços da humanidade – sofrerão com severa falta de água até 2025.
A região da Amazônia sobrevive à invasão de fato, mas sofre, contudo, com o desmatamento criminoso de madeireiras. Os satélites em teoria observam a derrubada. Mas pouca ação prática é conhecida pela Polícia Federal. Retirada a madeira de lei, considerado um grande negócio clandestino, criadores instalam fazendas de criação de gado ou culturas de soja. Essa situação ocorre nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, além de parte dos territórios do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins. O salto foi de 13,23 mil hectares na safra de 2012/2013 para 25,12 mil hectares no ciclo 2013/2014.