Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), falou ontem sobre o combate à obesidade na conferência mundial da entidade sobre doenças não-transmissíveis, que ocorre até sexta-feira em Montevidéu, no Uruguai. “Em nome do livre comércio, nós permitimos que as empresas alimentares envenenem as pessoas. Em nome do entretenimento, as crianças assistem televisão e não brincam mais fora de casa”, disse Adhanom.
O encontro reúne mais de 30 ministros da saúde, diretores da OMS e especialistas em doenças não-transmissíveis (DNTs) para trocar experiências. O ministro da Saúde Ricardo Barros participa do evento.
O gestor da OMS disse que doenças respiratórias, câncer, doenças cardiovasculares e diabetes são responsáveis por 70% de óbitos no mundo. E uma mudança drástica no estilo de vida modificaria esta realidade, poupando inúmeras vidas.
O diretor-geral da OMS destacou também a necessidade de se combater a obesidade. Para o gestor, câncer e doenças cardiovasculares estão dentre as mais letais dentre os distúrbios não-transmissíveis. Ele foi duro com as empresas: “Quando tomaremos posição e pressionaremos os fabricantes desses produtos?”.
Uma das defesas do gestor diz respeito a tornar as informações mais claras nos rótulos dos produtos. Para ele, é necessário chamar a atenção do mundo para a alta e assassina taxa de açúcar dos alimentos.
Para o diretor-geral da OMS, existem bons resultados na luta contra a obesidade. O México, por exemplo, aumentou o imposto sobre bebidas açucaradas em 10%. Segundo a OMS, estudo recente mostrou que o aumento dos preços, por fim, reduziu o consumo no país.