A solução encontrada por muitos é substituir itens da ceia por alimentos mais baratos
Um convidado inusitado e nada esperado no Natal deste ano pode atrapalhar quem deseja reunir a família para fazer uma grande ceia. A inadimplência atingiu 61 milhões de consumidores em outubro deste ano, representando o maior contingente de inadimplência dos últimos 5 anos, o número é 4,45% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.
O consumidor ainda tem se sentido inseguro quanto ao gasto com as festas de fim de ano. Apesar das últimas notícias revelarem sinais positivos na economia, muitos ainda não sentiram no bolso essa diferença. O aposentado Altair Borges já começou suas pesquisas para a ceia de Natal. “Já estamos avaliando como vai ser a ceia. Ainda estou inseguro, tudo parece estar muito caro. No fim, o que vai valer mesmo é a reunião em família, mas com certeza nessa época a gente tende a gastar um pouco mais. A solução vai ser procurar por itens alternativos para manter os costumes”, explica o aposentado.
Para a paulista Fernanda Libarli, a insegurança ainda rodeia a ceia de Natal. Ela não costuma se preocupar tanto com os preços, já que busca a saída em uma ceia mais alternativa. “Culturalmente, a nossa ceia pode ser mais variada, buscar itens que sejam mais atrativos para o nosso clima tropical, buscar alternativas nas frutas, substituir o peru de Natal por outra coisa. Mas a gente ainda está inseguro, não vi a diferença no bolso ainda, mesmo com as notícias positivas”, comenta.
Marcelo Eurico de Sousa, gerente de pesquisas sistemáticas e especiais do Instituto Mauro Borges, explica que os consumidores estão buscando essas alternativas para que o consumo nesta data não seja tão prejudicado. Segundo o pesquisador, buscar por alternativas é realmente o melhor caminho. “As pessoas não vão deixar de comemorar o Natal com a família por causa das restrições de orçamento, mas com certeza farão concessões me itens menos essenciais como os vinhos, panetones e o conhecido peru. A alimentação sofre mais com essa restrição, aproveitar os dias de promoção. Para a população que tem uma restrição de renda, para os produtos típicos não deve comprometer”, explica o pesquisador.
“A nossa pesquisa tem um limitador de renda familiar, boa parte deste consumo típico dessa época de Natal, vinhos, castanhas, peru não entra na nossa lista,” comentar. Apesar disso, Marcelo ressalta que devido a todo o cenário econômico, apesar de se mostrar positivo nos últimos meses, ainda deixa o consumidor com o pé atrás. “Principalmente no fim de ano, tendo em vista que no começo do ano, as contas fixas já começam a aparecer. A renda da família é em torno de 30% é destinado ao gasto com alimentação básica, com esses reajustes da energia, combustíveis, impostos e volta às aulas, tudo isso acaba comprometendo ainda mais no gasto com essas alimentações básicas”, finaliza.
A boa notícia, segundo o pesquisador, é que a demanda na área de alimentação já está mais reduzida. Com isso, os mercados alimentícios não devem chegar com preços exorbitantes nessa época do ano, considerando já a baixa demanda e o baixo orçamento familiar gerados pelo impacto econômico ainda defasado. “Os preços não devem vir muito elevadas, um cenário de demanda muito fraca em praticamente todo o grupo de alimentos, com certeza continua no mês de dezembro. Com peru ou não as pessoas vão comemorar”, opina o pesquisador.Altair Borges diz que ainda se sente inseguro quanto ao cenário econômico. “Não deixaremos de comemorar o Natal, mas não vamos ostentar também. Culturalmente, nossa ceia pode ser mais variada, buscar itens mais atrativos para o nosso clima tropical, buscar alternativas nas frutas, substituir o peru de Natal por outra coisa”