A mãe de uma menina transgênero de Fortaleza, Ceará, utilizou as redes sociais nesta quarta-feira (22/11) para realizar um desabafo contra a Escola Estudar Sesc que, segundo ela, proibiu a matrícula de sua filha por conta de sua identidade de gênero. No post que já conta com mais de 25 mil compartilhamentos, a mulher relata que a direção do colégio 'recomendou' que ela procurasse outra instituição que pudesse atender as 'necessidades' da garota.
Mara Beatriz contou que foi convocada para uma reunião na terça-feira (21/11) e logo após o encontro registrou ocorrência na Delegacia de Combate a Exploração da Criança e Adolescente (Dececa).
"Hoje (esta terça-feira), no cúmulo da transfobia, me chamaram pra uma reunião e 'recomendaram' que nossa família procure outra escola, que possa atender 'as necessidades' dela. Admitiram que ela é uma ótima aluna, com boas notas e comportamento, mas não vão fazer a matrícula dela para o ano de 2018", contou na publicação.
A mulher comentou ainda que a filha estuda no colégio desde os dois anos de idade e ficou indignada como a situação. "Simplesmente a expulsaram, a enxotaram. E quando eu questionei nos escorraçaram: 'os acompanhem, já terminamos a reunião'. Lara (filha) e nós, pais, nunca nos sentimos tão constrangidos, humilhados, diminuídos, desrespeitados."
Após a repercussão, a instituição se pronunciou por meio de um comunicado no Facebook e pediu desculpas à família. Além disso, informou que a estudante tem vaga garantida para o próximo ano letivo.
"O Sistema Fecomércio e a Escola Educar Sesc de Ensino Fundamental, em Fortaleza, repudiam qualquer atitude de preconceito. A Escola está averiguando os fatos e tomando as devidas providências. A premissa básica do Sistema Fecomércio-CE é inclusão e educação. Analisamos o caso e a aluna tem matrícula assegurada em 2018, como todos os veteranos", diz trecho.