Os ciclistas mais veteranos afirmam que é preciso uma espécie de ritual de iniciação para quem deseja circular pelas ruas das cidades. E a primeira das regras é comprar um bom equipamento de segurança – caso do capacete, sinalizador e apito para reforçar a buzina.
Uma outra dica é comprar um bicicleta adequada ao uso que se queira fazer dela e adequada também às características corporais do ciclista. Para quem deseja apenas testar uma bike, a melhor solução é o projeto de bicicletas compartilhadas da Prefeitura de Goiânia. Mas se o amor crescer, é hora de pensar em bons equipamentos.
Existem vários modelos, sendo a speed e mountain bike as mais populares. “Existe uma gama de tipos de bikes a venda. Tem as de uso urbano, as dobráveis, as mountain bikes (bicicletas para trilha), as speeds (bicicletas de estrada), entre outras. Dependendo de como o ciclista pretende usar, uma ou outra será mais indicada”, diz Aleimar Toledo, do Mantegas no Pedal.
Por exemplo: se o ciclista usa avenidas e ruas muito danificadas, deve evitar o modelo speed e optar pelas MTB.
“Além de diferentes tipos, as bicicletas também tem diferentes tamanhos. Assim como as roupas, existem bikes tamanho PP, P, M, G e XG. Portanto uma pessoa de pequena estatura deve procurar um tamanho PP ou P, da mesma forma que alguém mais alto vai se dar melhor com uma G ou XG. Uma boa loja de bicicletas dará o suporte para essas informações na hora da compra”, diz Paula Naciff.
Outra dica é ter os equipamentos de segurança adequados. “Uma boa iluminação faz com que o ciclista seja visto durante o dia e a noite, além de iluminar o caminho por onde passa. Apesar do uso do capacete não ser obrigatório conforme o CTB, ele é bastante recomendado, pois diminui o risco de lesões na região da cabeça. Luvas e óculos não são imprescindíveis, mas convém usar. As luvas são importantes por dois motivos. O primeiro é que a pele pode ficar irritada pelo apoio contínuo na manopla; o outro é que, se você cair, tentará parar a queda com a mão, esfolando toda a palma se estiver sem luvas”.
“Perigo de sofrer um acidente é possível em qualquer lugar nessa cidade. Motivos: ruas e ciclovias esburacadas ou com desnível e sem a devida manutenção, alguns motoristas que não respeitam o trânsito, pedestres que caminham e pessoas que ocupam as ciclovias, trechos com acúmulo de lixo. Todas essas situações podem levar ao risco de acidente para os ciclistas”. Giusepe Arrastes, ciclista
Por sua vez, os óculos oferecem uma proteção importante contra poeira e outras partículas que podem entrar nos olhos, como o vento, que bloqueia a visão temporariamente, o que pode criar uma situação desagradável e até perigosa. “Usar roupas apropriadas, claras e chamativas também auxilia na visualização do ciclista pelos outros veículos”.
“Outra dica é trafegar na cidade com bastante atenção ao fluxo e às regras do trânsito. Obedecer as leis e respeitar os sinais de trânsito, estar sempre atento, circular na mão correta de direção, sinalizar claramente suas ações, com gestos e sinais de mão e procurando andar preferencialmente por ciclovias e ruas calmas. Essas práticas previnem muitos acidentes”, diz Aleimar Toledo.
Os integrantes do Mantega no Pedal afirmam também que é preciso dar a “correta manutenção no equipamento, no tempo devido”. Manter os pneus sempre calibrados, a corrente lubrificada, verificar os freios e o funcionamento de outras peças faz com que a bicicleta e componentes durem mais, além de não deixar na mão o ciclista.
O grupo também convida os neo-ciclistas a se integrarem nos diversos grupos de pedal de Goiânia. “Existem grupos de vários níveis, do iniciante, com pedaladas mais leves ao mais avançado, com atividades mais pesadas. É mais divertido quando você tem alguém para conversar durante o passeio, principalmente quando essa pessoa tem mais experiência que você. Vocês podem trocar experiências e conhecimentos durante a pedalada e ainda um pode ajudar o outro quando for necessário”, diz Paula.
De acordo com Giusepe Arrastes, o grupo tem imensa importância psicológica. “Com o grupo você vai aprender mais e mais rápido. Como cada grupo tem dia fixo para sua atividade, isso também ajuda o ciclista a manter regularidade da atividade física”.
RISCOS
O ciclista Giusepe Arrastes alerta para os perigos da pedalada. “Perigo de sofrer um acidente é possível em qualquer lugar nessa cidade. Motivos: ruas e ciclovias esburacadas ou com desnível e sem a devida manutenção, alguns motoristas que não respeitam o trânsito, pedestres que caminham e pessoas que ocupam as ciclovias, trechos com acúmulo de lixo. Todas essas situações podem levar ao risco de acidente para os ciclistas”.
Outra constatação é a violência contra o ciclista: “Existe o perigo de ser furtado, roubado ou sofrer violência. A pouca sensação de segurança aliada à crescente violência que assola Goiânia faz com que os ciclistas sejam alvos fáceis. Muitos são os relatos de bicicletas furtadas em residências ou roubadas durante um passeio, fora caso recente do assassinato de uma ciclista”.