Em depoimento ao DMOnline, o biomédico Elverth Fernandes da Mota resgata o passado ciclístico de Goiânia a partir de sua experiência nas ruas. Também através de um sentido cívico e de cobrança de mais ciclofaixas para os bairros periféricos, ele recorda como a ciclovia Botafogo, na Marginal Botafogo, deixou de ser usada por conta da falta de segurança pública e tornou-se uma serpente de concreto que serve hoje de passarela aos carros velozes e furiosos.
“Comecei a andar de bicicleta há 30 anos por dois motivos: o primeiro é que não tinha condições financeiras para adquirir um carro próprio naquela época. E o segundo é que o transporte público era muito ruim. Então, optei pela bicicleta como meio de transporte e me apaixonei. Rapidamente percebi que era necessária muita cautela para locomover no trânsito de Goiânia pedalando, pois o respeito atribuído ao outro era de acordo com o tamanho do veículo.
Se estivessem em um caminhão ou caminhonete, eles tinham preferência. Ao passo que estar de bicicleta lhe obrigava a respeitar todos e não ser respeitado por ninguém.
Algumas atitudes foram implementadas por parte dos governos, ainda que muito tímidas.
Na época, foi criada uma ciclovia onde hoje é a Marginal Botafogo.
Mas por ser uma invasão e não ter policiamento, ela foi abandonada pelos ciclistas que temiam por sua segurança.
Um pouco mais tarde, vendo que o ciclismo era uma atividade que cresceria bastante nas grandes capitais, começou uma campanha por parte do governo para que os ciclistas usassem equipamentos de segurança.
E isso deixou a atividade um pouco mais segura. Hoje, com as campanhas para se respeitar os mais vulneráveis no trânsito, está um pouco mais seguro andar de bicicleta, mas ainda existe muito a ser feito, como, por exemplo, a criação de ciclofaixas que liguem bairros residenciais mais distantes aos grandes centros comerciais, industriais e econômicos.