A arquiteta e urbanista Luciana Joyce Hamer, da Universidade Federal de Goiás (UFG), responsável por uma das mais completas pesquisas sobre sistemas cicloviários em Goiânia, diz que a insegurança é um dos fatores que mais abalam emocionalmente o ciclista goianiense.
“A segurança contra acidentes é o fator relevante no uso da bicicleta. Afeta diretamente o fator de decisão ao fazer uso deste modal para os descolamentos pendulares, assim como o fator psicológico de seus usuários”, explica.
Em sua pesquisa, Luciana Hamer propõe uma maior preocupação com os planejamentos cicloviários: “O planejamento cicloviário abrange ciclovias, ciclofaixas e ciclorotas. Quanto mais segregado for o sistema proposto, mais visibilidade o ciclista terá e com isso mais segurança”.
“Não acredito que o ciclismo possa ser um modismo. Países europeus nos apontam para a inserção da bicicleta como uma alternativa real e evidente para a mobilidade urbana tendo em vista cidades sustentáveis. A bicicleta está inserida cada vez mais nos debates de inclusão social, redução e eliminação de agentes poluentes e melhoria da saúde para a população”. Luciana Hamer, urbanista
Para a especialista, além dos problemas da cidade, existe um elemeno humano. “Nas ruas, não só de Goiânia, a falta de educação no trânsito segue como um fator desmotivante para o uso da bicicleta. Mas acredito que estamos em processo de aprendizagem no trânsito”.
Conforme Luciana Hamer, em sua pesquisa, ela sondou a visibilidade do ciclista nos equipamentos urbanos, caso dos elementos que podem prejudicar ou obstruir a sinalização. Além disso, verificou os fatores que comprometem sua segurança durante o percurso – como exemplo, a pista de rolagem e cruzamentos com obstrução de vegetação.
Hamer acredita no estabelecimento de uma série de mudanças, que aos poucos se solidifica a partir da própria ação dos usuários de bicicletas, caso do estabelecimento dessa união psicológica e solidária entre eles. “Não acredito que o ciclismo possa ser um modismo. Países europeus nos apontam para a inserção da bicicleta como uma alternativa real e evidente para a mobilidade urbana tendo em vista cidades sustentáveis. A bicicleta está inserida cada vez mais nos debates de inclusão social, redução e eliminação de agentes poluentes e melhoria da saúde para a população”.
Relação
Luciana Hamer, que faz uso do Índice de Condição da Via (ICV) para compreender a relação da bicicleta com Goiânia, diz que o ICV é “uma etapa que compõe a escolha e avaliação dos segmentos viários com maior probabilidade de implantação do sistema cicloviário”.
A arquiteta explica que este estudo é constituído por três atividades: seleção dos indicadores, quantificação (mensuração) dos mesmos e a definição de ferramenta para avaliação do índice de condição da via. “Temos como objetivo trazer de forma mensurável índices que auxiliarão técnicos e gestores na escolha dos segmentos viários que poderão compor o sistema cicloviário”, explica.