A Câmara dos Deputados aprovou, esta semana, a formalização de um acordo de “céus abertos” entre o Brasil e os Estados Unidos. Atualmente, a quantidade de voos em operação entre o Brasil e os Estados Unidos é definida por um acordo. Pela norma, cada um deles pode ter um número limite de viagens semanais partindo de um destino a outro. Quando os países decidem romper essas regras e remover a barreira de limitação de voos, ocorre o que se chama de “céus abertos”.
Em regra, a decisão permitirá aumentar o número de vôos entre os dois países, possibilitando, assim, que mais opções de viagens sejam disponibilizadas o que refletirá em expectativa de passagens mais baratas. O acordo que gerou uma longa discussão em plenário, e demorou para ser votado, divide até mesmo as companhias aéreas brasileiras. Enquanto a Latam, por exemplo, é favorável, a Azul é contra, por temer uma concorrência desleal com a operação das estrangeiras no país.
No cenário político também há divisão de opinião sobre os reflexos do acordo para a economia do país. A oposição, liderada pelo Partido dos Trabalhadores, tentou obstruir a votação e impedir que ela acontecesse. A preocupação da oposição é de que, com essa abertura, o mercado brasileiro perca espaço e emprego para o mercado externo. Sem que isso necessariamente, reflita em passagens mais baratas.
Erika Kokay, do PT do Distrito Federal, justifica que a diferença está entre as políticas que seriam adotadas no governo petista de Dilma, já que a proposta de “abrir os céus” com os Estados Unidos foi feita em 2011 entre os então presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama, e a aplicada agora pelo presidente Michel Temer. Erika acredita que “o Brasil está sendo arrancado aos pedaços e jogados para ser praticamente doado ao capital internacional”.
Enquanto isso, o baiano José Carlos Aleluia, do Democratas, vê incoerência no discurso da oposição e acredita que a aplicação deste acordo favorecerá o consumidor. Em depoimento à imprensa Aleluia afirmou que: “competição, na oferta de serviços, é sempre favorável a quem compra o serviço. Pode ser desfavorável a quem vende o serviço. Claro que as empresas brasileiras vão ter que buscar mais eficiência para que as tarifas não sejam tão altas”.
O texto segue agora para o Senado e só depois de aprovado pelas duas casas é que o acordo passará a ter validade.