As férias da criançada já chegou e muitos pais tendem a deixar que os pimpolhos aproveitem esse tempo para descansar a até mesmo desfrutar e muito da tecnologia. Entretanto esse período também deve ter atenção redobrada com os pequenos. É possível que as crianças aproveitem, de maneira saudável, todo o tempo livre para brincar, aprender e driblar o ócio, mas alguns dados devem ser tomados, já que, segundo a pediatra do HMI, Ana Márcia Guimarães, no período dos meses de férias escolares - janeiro, julho e dezembro - é quando mais acontecem acidentes domésticos, devido à exposição mais prolongada aos riscos.
Segundo dados do Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) do Hospital Materno Infantil (HMI), as queixas campeãs em atendimento no pronto socorro da unidade em períodos de férias são tombos, quedas de bicicleta e ingestão de bolas de gude. Conforme Ana Márcia, acidentes automobilísticos com crianças fora do bebê conforto, queimadura, ingestão de substâncias abrasivas e medicamentos tóxicos também são muito comuns nesse período. “Como as crianças não estão frequentando um turno escolar, onde fazem muitas atividades e gastam energia, elas acabam ficando entediadas e vão procurar o que fazer. É nessa hora que encontram alguma situação irregular na própria casa, como móveis inadequados, produtos de limpeza ao alcance, materiais perfurantes e cortantes que não estão adequadamente guardados”, alerta a pediatra.
Tecnologia
Outro ponto destacado pela pediatra que, segundo ela, também deve ser motivo de atenção por parte dos pais ou responsáveis, é a exposição em excesso à tecnologia, assunto que tem preocupado os especialistas da área. A presença marcante desse tipo de entretenimento no mundo atual faz com que bebês e crianças usufruam cada vez mais cedo de smartphones e tablets. Mas, segundo a Academia Americana de Pediatria (APA), nesse período da vida, o cérebro está em pleno processo de desenvolvimento, o que requer outros tipos de contatos, com incentivos variados e ativos, que os eletrônicos não propiciam. Sendo assim, a academia orienta que até os 18 meses não haja exposição à TV, ao computador, ao celular ou tablet. A recomendação dos 2 aos 5 anos de idade é de uso limitado a uma hora por dia, com a ressalva de programação de qualidade apropriada à idade, além de que as telas sejam evitadas depois das 18 horas. “O excesso de ‘tela’ pode levar ao vício, com sintomas de abstinência semelhantes ao vício químico”, afirma Ana Márcia.
Em consonância com a APA, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) produziu o manual de orientação sobre “Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital”, em que chama atenção dos pediatra sobre ser de “fundamental importância o bom senso e o repasse de informação adequada para as famílias, crianças e adolescentes sobre este assunto”. A cartilha ainda alerta para outro perigo e indica que crianças menores de 6 anos precisam ser mais protegidas da violência virtual, pois não conseguem separar a fantasia da realidade. Outra recomendação é equilibrar as horas de jogos online com atividades esportivas, brincadeiras e exercícios ao ar livre. Ana Márcia chama atenção para o papel da família nesse momento. “Os pais devem ser criativos e proporcionar momentos para distrair as crianças fora de casa, como levar crianças para locais abertos, clubes, parques, campos de futebol, leitura, atividades lúdicas como pintura, cinema; sem deixar de supervisionar”, alerta.
Cuidados essenciais
A SBP ainda reforça que crianças possuem necessidades especiais, próprias para sua idade, que devem ser respeitadas, como maior vulnerabilidade para desidratação e ao enjoo de movimento do automóvel. A instituição também elucida alguns cuidados preventivos com crianças em viagens de férias, como evitar horários de trânsito e calor ao pegar a estrada; preparar sob orientação médica kit medicação (anti térmico, anti alérgico, anti emético, repelente, protetor solar e curativos adesivados). Ainda, recomenda-se evitar o sol entre as 10h e 16h e sempre aplicar protetor solar meia hora antes da exposição solar; oferecer regularmente água, sucos, chás e água de coco e, por fim, ficar atento aos insetos da região.
(Foto: Nadya Eugene/ reprodução aleteia org)