Um dos 12 adolescentes que fugiram do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), no Conjunto Vera Cruz I, na capital goiana, na madrugada desta terça-feira (09/01) cumpria medida pelo homicídio de um cabo da Polícia Militar do Distrito Federal. O crime ocorreu em maio de 2017 pelo garoto de 17 anos, em Aparecida de Goiânia.
Na ocasião, o adolescente estava acompanhado de outro homem e juntos tentaram assaltar uma padaria. O policial que atuava no Batalhão de Rondas Ostensivas Metropolitanas, Luciano Pereira dos Santos, reagiu ao assalto após ser abordado. Durante luta corporal, o garoto tomou a arma do militar e disparou contra ele.
Outro agente militar que estava no local atingiu os dois infratores. Um morreu e o autor do homicídio ficou ferido. Uma funcionária do comércio também foi atingida na troca de tiros e não resistiu aos ferimentos.
Falta de estrutura
De acordo com o site Metrópoles, o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Educativo do Estado de Goiás, Roberto Codé, afirmou que no momento da fuga somente quatro funcionários tomavam conta de 150 menores. Por lei, os trabalhadores destas unidades não podem usar armas.
Durante o motim, os adolescentes bateram nos agentes e roubaram R$ 200 de um deles, assim como um par de tênis de outro. Codé criticou o quantitativo de servidores e disse que os foragidos respondem por atos infracionais como homicídios, latrocínios e estupros. “São jovens de altíssima periculosidade e que agora voltaram às ruas. É humanamente impossível prover uma segurança de qualidade com o efetivo que temos”, comentou.
Resposta
Por meio de nota, a Secretaria Cidadã informou que o Grupo Executivo de Apoio a Crianças e Adolescentes (Gecria), responsável pelo atendimento aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em Goiás, irá solicitar a instauração de Procedimento Administrativo para apurar a fuga dos menores. Além disso, afirmou que a justiça já foi acionada para recapturá-los.
Com relação à estrutura do Case, foi informado que o local passou por ampla reforma e possui “todas as condições estruturais e técnicas para receber adolescentes durante o cumprimento de medida socioeducativa aplicada.”
Íntegra da nota
A Secretaria Cidadã informa que o Grupo Executivo de Apoio a Crianças e Adolescentes (Gecria), responsável pelo atendimento aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em Goiás, solicitará a instauração de Procedimento Administrativo para apurar o fato ocorrido no CASE de Goiânia. Adolescentes renderam dois servidores e incorreram em fuga na noite de ontem. A justiça foi acionada para recapturar os 12 adolescentes.
Sobre a unidade do Centro de Atendimento Socioeducativo (CASE) do Setor Vera Cruz, a Secretaria Cidadã esclarece que, o Centro de Atendimento Socioeducativo (CASE) passou por ampla reforma e adequação, em fevereiro de 2017 dentro dos parâmetros arquitetônicos estabelecidos pela legislação. Portanto, a Unidade tem todas as condições estruturais e técnicas para receber adolescentes durante o cumprimento de medida socioeducativa aplicada.
O CASE do setor Vera Cruz teve um investimento na ordem de R$ 3 milhões, que contou com a construção de um novo pavilhão de segurança; cobertura da quadra poliesportiva; ampliação da ala feminina, com sanitários nos alojamentos duplos; ampliação no número de salas de aulas e de atendimento técnico; construção de duas salas para o descanso dos servidores, e demais reformas.
Ressaltamos que a equipe dos servidores de atendimento do CIA (Educação, Saúde, Polícia Militar e Gecria), foram transferidos juntamente com os adolescentes para a unidade do CASE do setor Vera Cruz.
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