As oportunidades para profissionais da área de TI devem crescer na ordem de 26% até 2018, segundo um amplo estudo denominado Revolução das Competências, realizado pela Manpower Group em 18 mil empregadores de 43 países, entre eles o Brasil. As contratações para profissionais dessa área figuram no topo das maiores necessidades das empresas que participaram da pesquisa. A área de Recursos Humanos ficou em segundo lugar, com crescimento de 20% das vagas, e de profissionais capacitados para fazer atendimento direto ao cliente, cuja previsão é de 15% de aumento das vagas.
Já se fala até mesmo na 4ª revolução industrial que a tecnologia vem gerando na sociedade e são estes os profissionais os protagonistas dessa transformação que vem acontecendo nos processos das mais variadas áreas de trabalho com a evolução da digitização, a chegada dos aplicativos e da inteligência artificial. Basta se lembrar das mudanças geradas pelo Google, Facebook, Instagram, Whastapp, e pelos aplicativos como Uber, Arb&b, que tornou também seus criadores donos de grandes fortunas.
E eles não serão os únicos, prevê o especialista em governança corporativa, Marcelo Camorim. Para ele, os próximos milionários a surgirem virão da tecnologia. “Embora sejam áreas importantes para a sociedade, a produção industrial e a distribuição por meio do comércio possuem um custo alto, enquanto os projetos digitais tem ganho escalável, ou seja, alcançam milhões de pessoas com uma estrutura muito menor”, diz.
A boa notícia é que a área da tecnologia é democrática, permite o ingresso de profissionais de diferentes níveis de formação e o crescimento na área. “É possível começar na área como um técnico em manutenção, de formação técnica, ganhar experiência, tomar gosto pela área e então chegar ao curso superior, cujas opções vão da graduação tecnológica aos cursos de ciência da computação e engenharia da computação”, observa Camorim. Em Goiânia, a oferta de cursos é ampla e, além disso, existem as incubadoras voltadas para os estudantes desenvolverem suas ideias. Além disso, os municípios vêm investindo em polos tecnológico e aceleradoras para incentivar o desenvolvimento da área.
CONTRATAÇÕES
Na avaliação do especialista em governança corporativa, a demanda pelos profissionais de tecnologia deverão continuar ao longo das próximas décadas e caberá a eles desenvolver soluções para os mais diversificados setores da vida moderna - alguns a gente nem imagina. É o que vem fazendo o engenheiro mecatrônico Rafael Barbosa, pela Unicamp.
Depois de trabalhar para multinacionais em São Paulo, Rafael abriu uma empresa para fornecer serviços na área de elétrica e de automação para indústria em 2007 e conquistou um crescimento rápido. Já em 2010, tinha 92 funcionários e seis filiais. Mas o negócio acabou não prosperando por dificuldades de gestão. Foi quando Rafael passou a pensar em ter um negócio grande sem ter uma grande estrutura.
“Foi muito difícil fechar as portas e ter sob a minha responsabilidade 92 famílias. Foi quando despertei para a tecnologia. Com um software ou aplicativo posso atender a milhões de usuários sem ter, necessariamente, tantos colaboradores”, comentou.
Ele partiu para pesquisa em 2012, inclusive no mercado americano, onde encontrou várias experiências, entre elas iniciativas que estimulavam as permutas entre profissionais e empresas. Foi assim que ele chegou à ideia de criar a XporY. com em Goiânia. Desde 2014, ele vem se dedicando integralmente ao negócio digital que idealizou.
“Queríamos estimular a permuta, mas eliminando seus pontos negativos. O principal deles é a dependência a troca gera entre as partes. Nem sempre os valores dos produtos e serviços são compatíveis e, com isso, uma delas acaba sendo prejudicada”, conta. A solução veio da criação de uma moeda digital para remunerar os negócios, dando assim independência e liberdade de consumo para quem vendeu seu serviço ou produto. “Chamamos nossa moeda de X$ e, com ela, o seu possuidor pode adquirir o que quiser na plataforma”, explica.
No total, ele gastou um ano para desenvolver a primeira versão do negócio que, de acordo com Rafael, não pára de ser aprimorado nunca. Hoje, são 2.000 usuários e oito pessoas trabalhando no negócio. “Ainda não fiquei milionário, mas apostei todas as minhas fichas na tecnologia e acredito que o retorno acontecerá”, diz Rafael.