Fotos: Reprodução/STR-GO
Durante operação realizada entre os dias 29 de janeiro e 3 de fevereiro, 15 pessoas em condições análogas à escravidão foram resgatadas na Fazenda Santa Adelaide, em São Miguel do Araguaia, em Goiás. Eles exerciam atividade em um conjunto de fazendas com aproximadamente 17 mil hectares e cerca de 12 mil cabeças de gado e viviam em alojamento com condições insalubres. Os agentes ainda continuam fiscalizando a região para apurar outras denúncias.
Seis dos quinze trabalhadores eram registrados de forma irregular. Os outros nove atuavam sem qualquer formalidade. O resgate foi feito a partir da parceria entre Ministério Público do Trabalho e policiais rodoviários federais, em ação da Superintendência Regional do Trabalho de Goiás (SRT-GO).
Segundo o auditor fiscal do órgão responsável pelas investigações, Roberto Mendes, além da condição precária do local em que ficavam, os servidores não possuíam equipamentos necessários para exercer a atividade, assim como não recebiam direitos trabalhistas.
Depois de denúncias, os agentes foram até o conjunto de fazendas averiguar a situação de plantadores de melancia. Durante a visita, a equipe se desencontrou dos trabalhadores ao fim da colheita e encontraram as 15 pessoas que atuavam na produção de cercas de arame.
Ao se deparar com os policiais, o gerente da fazenda comunicou o proprietário José Eduardo Sanches sobre a ação. O empresário afirmou que irá regularizar a situação dos funcionários, por meio do registro dos trabalhadores, assim como pagamentos de rescisão no valor de R$ 105 mil para alguns homens que atuavam no local há dois anos.
José responderá por infração trabalhista administrativa, dano moral coletivo e submissão de pessoas à situação de escravidão moderna. A pena pode variar entre quatro e oito anos de prisão.