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Diretor da Chapecoense manda carta psicografada

No dia 12 de janeiro, o médium Hamilton Jú­nior realizou uma reu­nião pública no Salão São Lucas, no Bairro Aviação, em Venân­cio Aires (RS). Uma das cartas recebidas foi do diretor do time da Chapecoense, Eduardo Luiz Preuss, conhecido como Cadú Press, 36 anos, vítima da tragédia envolvendo o avião que trazia 77 pessoas a bordo, sendo os passa­geiros atletas, equipe técnica, di­retoria, jornalistas e convidados. Na carta, o diretor relata detalhes de sua vida no plano espiritual e de como foi o resgate das vítimas do trágico acidente aéreo.

Na psicografia, o médium cha­ma o nome do desencarnado dei­xando a família emocionada. An­tes de começar a leitura, o médium psicógrafo diz em tom descontraí­do se referindo ao tamanho da car­ta. “Ele escreveu um livro pra mim”.

O diretor da Chapecoense era natural de Venâncio Aires (RS). Foi ex-jogador do Guarani-VA, 15 de Novembro, Ulbra e da própria Chapecoense, onde encerrou a carreira em 2010, aos 29 anos. O atleta ainda sonhava em seguir carreira antes de assumir o car­go de dirigente, mas um desgas­te no quadril impossibilitou de continuar. Para preservar a saú­de, o ex-jogador aceitou o con­vite de trocar as chuteiras pelo cargo de gerente de futebol da Chapecoense, onde permaneceu por seis anos. Ele foi um dos res­ponsáveis pelo trabalho de sele­ção dos atletas contratados. A sua atuação contribuiu para a ascen­são rápida do time catarinense.

MÉDIUM

O médium Hamilton Júnior é natural de João Pessoa - PB, tem 21 anos, sempre foi ligado a re­ligião, conheceu o cristianismo com 10 anos de idade. Chegou a frequentar a Igreja Universal do Reino de Deus por 4 anos e quando estava com 14 anos virou membro da Assembleia de Deus e da Igreja Congregacional. Com 17 anos conheceu a doutrina espíri­ta, frequentou a Instituição Espí­rita Nosso Lar e por curiosidade começou frequentar. De forma rá­pida, já estava trabalhando como médium de incorporação, quan­do frequentava o templo evangé­lico, sentia algumas coisas, porém não era nada tão ostensivo.

O dom da psicografia veio em abril de 2016, em uma reunião de desenvolvimento mediúnico na casa espírita onde trabalhava des­de então vem desenvolvendo esta mediunidade. O médium recebe convites de vários centros de todo Brasil para realizar sessões de psico­grafias e também realiza transmis­sões ao vivo em suas redes sociais.

A CARTA

“Eu sei que ficaram muitas perguntas, muitos questionamen­tos a respeito do nosso desencarne. Tantos sonhos frustrados e interrompidos. Tantos jovens, cada um com uma história, uma vida, todos felizes dando o melhor de si mesmos.

O que parece ser injustiça, quando visto de cima, todas as ideias e conceitos sobre o divino são repensados, refeitos, colocados em testes, em refazimento. Quero primeiramente que saibam que nada acontece por acaso. Não existem vítimas no Universo.

Colhemos o que plantamos. Aprendo aqui que esta é a lei uni­versal e inalterável, (…) a lei da ação e reação. Todos nós esta­mos seguindo uma programação. Estávamos juntos em outras vi­das e provocamos vários desastres aéreos no tempo das guerras.

E a boa justiça divina nos chamou para o acerto!

Mãe… Minha mãe Sílvia… Eu sei que o seu coração sofre com essa saudade; sei que não é fácil ver os dias passarem e não ter a mi­nha presença física ao seu lado. Ah, mãe! Eu sei o que é isso. Sabe… quando tudo aconteceu, foi bem complicado. Estava feliz, (…) Eu conversava quando tudo de repente se tornou um grande caos.

Mas eu pude, minha mãe, no meio desse caos e gritos de de­sespero, e nesta hora eu lembrei da senhora e da nossa família. Passou como um filme na minha cabeça e eu pedi a Deus força e misericórdia.

Quando de repente me vi no chão, fora do corpo e muitos ir­mãos vestidos como enfermeiros e outros com crachás médicos aju­davam a todos. Veja, minha mãe, eu me dei conta quando senti uma mão macia e amiga sobre o meu ombro. Era a vó Maurícia.

E a vó Maurícia quem me acalmou e me auxiliou naquele mo­mento. Me acalmando e pedindo para eu ficar calado. Quando de repente caí num sono. Não sei por quanto tempo. Quando acor­dei, avistei a vó Neli, que me ajuda a escrever esta carta.

Seu filho está bem! Eu quero que fique bem, também, minha mãe!

Eu cumpri a minha agenda. Aquilo mesmo que eu programei e escolhi. Mãe… Eu te amo muito, minha mãe… Cuide do meu pai, meu paizão, meu Arnaldo! Te amo, meu Pai! Força!

A providência divina me poupou das dores. E eu desencarnei antes de cair o avião.

Gabrielle, minha filha querida! Estarei sempre ao seu lado, nunca se esqueça disso. Nunca deixarei você só. Eu te amo! Cui­de da sua mãe, Ana.

Um beijão também no Pedro, na tia *** (nome da pessoa não audível pelo editor do texto), e em todos vocês da minha família.

Eu amo muito vocês, não chorem por mim! Eu estou muito bem. Rezem! Rezem muito. Não só por mim, mas por todos nós. Muita luz sempre, com amor.

Com amor,

Eduardo Luiz Preuss.

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