É recente o momento em que as mulheres passam a ocupar novos espaços na sociedade de forma mais ampla e mais reconhecida. O empreendedorismo se coloca como um desses lugares, de conquista, independência e afirmação feminina, principalmente nos últimos anos, em que o número de empresárias tem aumentado no mundo dos negócios.
Segundo informações do levantamento mundial Global Entrepreneurship Monitor 2017, em parceria com o Sebrae, mais de metade dos novos empreendimentos abertos no Brasil em 2016 teve mulheres como fundadoras. Dados também divulgados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, expressam um crescimento de 34% de empreendedoras brasileiras nos últimos 14 anos.
No ano de 2014, o país já possuía 7,9 milhões de empresárias. São mulheres de todos os Estados, de todas as idades, que trabalham com indústria, comércio e serviços. Que encontraram no empreendedorismo a oportunidade de realizar uma ideia inovadora, um sonho e que, por meio dele, passaram a gerar movimento e transformar a vida de outras mulheres também.
Hoje o Brasil conta com várias redes de apoio e incentivo ao empreendedorismo feminino, um trabalho colaborativo para impulsionar e encorajar mulheres que desejam empreender. Em Goiás, existe a Rede Goiana da Mulher Empreendedora, fundada por Ludymilla Damatta, professora e empresária que começou cedo, no seio familiar, a trabalhar com negócios.
Para ela, o tema merece mais atenção e precisa ser debatido. Antes de formar a rede, Ludymilla percebeu que havia muitas mulheres com o desejo de empreender em uma realidade majoritariamente masculina. “Estamos no centro, do centro, num lugar machista. Aí comecei a direcionar as coisas para elas e chegamos ao que a Rede é hoje”, afirma.
Obstáculos
Empreender por si só é um processo difícil, quando se trata do empreendedorismo feminino algumas dificuldades são acrescentadas. Muitas mulheres enfrentam dupla jornada, a falta de apoio familiar e ainda precisam enfrentar o descrédito de grandes investidores.
O medo é recorrente, claro, mas Mariana Perdomo não deixou que ele a paralisasse. Aos 20 anos inaugurou a sua confeitaria em Goiânia com o dinheiro que ganhava com a venda de doces e bolos nas feiras e para encomendas. O primeiro ano da loja trouxe muitos desafios à jovem empreendedora, que abriu suas portas intuitivamente sem entender muito os processos administrativos e logísticos de um negócio.
As amigas Wiara Pimenta e Maria Valente, que escolheram o empreendedorismo ainda adolescentes, batem muito nessa tecla: conhecimento. Para elas, entender como funciona o mundo dos negócios, mesmo que minimamente, é muito importante. Wiara e Maria, fundadoras da empresa goiana Pensar Consultoria Gestão e Marketing, afirmam que a busca pelo conhecimento deve ser incessante. “Dessa forma, ela tira você da zona de conforto, porque você terá mais ferramentas que te farão caminhar”, afirma Maria.
3º Jornada Empreendedora
Para as amigas, empreender é aprender. Além de todo apoio e estímulo que muitas mulheres precisam ter para levá-las à execução de seus planos, entender processos, trocar experiências, buscar pelo conhecimento e pelo autoconhecimento são passos imprescindíveis para quem pretende empreender.
Nesse sentido, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o IPOG realizará a 3º Jornada Empreendedora, que terá como tema especificamente o empreendedorismo feminino. O evento será realizado no dia 8 de março, às 19 horas, no Conselho Regional de Contabilidade de Goiás - CRC Goiás.
O intuito é justamente promover vivências e experiências, debates enriquecedores e inspirar mais mulheres a empreender no Estado e no mundo. Tanto Ludymilla quanto as amigas Wiara e Maria estarão presentes no painel da jornada, para debater tópicos importantes com outras convidadas especiais sobre como a mulher tem se posicionado no mercado e sobre quão grande ela pode ser no empreendedorismo.
(Foto: reprodução Internet)