Após um amplo estudo do perfil de atendimento do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, a superintendência chegou à conclusão de que os serviços de maternidade são precários e não tem condições de funcionamento. De acordo com o hospital, o funcionamento da unidade vem sendo prejudicado pelo recebimento de pacientes fora de seu perfil de assistência.
O superintendente-técnico, Pedro Ivandosvick, declarou que o serviço de maternidade não faz parte do perfil do hospital, que é referência em outros atendimentos como oncologia, nefrologia, dentre outros. Se o hospital tiver condições de cumprir com os gastos de rescisões de contrato com a equipe de obstetrícia e pediatria, o atendimento para gestantes e recém-nascidos será encerrado no dia 30 de abril. O superintendente alega ainda que até o momento não houve demissões de médicos obstetras e pediatras. Os atendimentos seguem normalmente até que a suspensão seja oficializada. Aqueles pacientes que estiverem em tratamento serão encaminhados para outros hospitais. “Observamos que o serviço de maternidade do hospital está inviável de funcionar por inúmeros motivos”, explica.
A dona de casa Maronita Rodrigues lamenta a suspensão dos atendimentos para gestantes. Paciente portadora da doença Lúpus do hospital há quase dez anos, teve uma gestação complicada e na época foi necessário o acompanhamento de toda equipe médica, obstetrícia e nefrologista. “Minha gravidez era de risco e dentro do hospital eu tive todo suporte médico para a minha doença e para a minha gestação, o que facilitou e me trouxe tranquilidade, muito triste saber que vão suspender esse tipo de atendimento”, diz.
Até o momento não houve demissões de médicos obstetras e pediatras, o atendimento até que seja oficializado a suspensão dos atendimentos para gestantes e recém nascidos, os pacientes serão atendidos normalmente.
Há seis meses a Santa Casa vem negociando com a equipe médica para fechar o número de profissionais suficientes para atender a demanda, mas as negociações não foram concretizadas e devido a essa escassez, está como funcionamento comprometido, e devido a isso, o hospital chegou a conclusão de que encerrar os atendimentos é a melhor opção. “Hoje nós temos 8 obstetras e 7 pediatras, são oito plantões semanais, ou seja, precisamos de 28 plantonistas para atender a demanda”, explica o superintendente.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) vem acompanhando, fiscalizando e cobrando soluções para falhas no funcionamento da Santa Casa, além da escassez de médicos e falta de estrutura. O Cremego solicitou, no dia 2 de abril, uma reunião com o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, e com a secretária de Saúde, Fátima Mrué, em busca de uma solução rápida para os problemas da Santa Casa, mas ainda não obteve resposta da prefeitura e aguarda o retorno para solucionar o caso.