Usando uma linguagem simbólica, pode-se dizer que o futuro já se faz presente no mundo da agropecuária hoje. O produtor brasileiro, tido por muitos como caipira, é surpreendente. Ele se moderniza rapidamente. Ao adotar a tecnologia de ponta, a nova geração muda de comportamento, opta pelo campo e evita o êxodo rural. E foge da insegurança urbana e do trânsito congestionado o tempo todo.
A incorporação de tecnologias de agricultura de precisão e mais recentemente a adoção da agricultura digital – ou Agricultura 4.0 – com a possibilidade de conexão via internet de máquinas e serviços, equipamentos autônomos, drones e big data estão transformando a paisagem, rotinas, processos e hábitos do homem do campo.
Atenta a esse cenário e aos desafios que ele impõe, diferentes empresas apresentaram na Agrishow (25ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), realizada no decorrer de 30 de abril a 4 de maio, em Ribeirão Preto, as inovações, visando otimizar a produção e garantir mais eficiência e rentabilidade aos produtores rurais, com menor impacto ambiental.
DIFERENTES PRODUTOS
O novo cenário da agricultura vem sendo acompanhado de perto por empresas como a Jacto, que comemora 70 anos em 2018 e que tem como característica ao longo da sua história a antecipação de tendências no setor, sendo uma das empresas pioneiras no desenvolvimento de tecnologias no Brasil.
“Ao longo desses 70 anos de história, a empresa apresentou diferentes produtos e tecnologias, visando atender às necessidades específicas dos agricultores das diferentes regiões onde atua. A busca por inovações está no DNA da empresa. É compromisso da Jacto garantir ao agricultor o acesso às tecnologias que o torne cada vez mais competitivo e com possibilidade de otimizar sua produção”, comenta Fernando Gonçalves, presidente da Jacto Agrícola.
Para a 25ª Agrishow, a empresa formatou o Espaço Inovação visando a demonstração de tecnologias, recursos e ferramentas presentes em seus equipamentos que possam otimizar e reduzir custos de produção, aumentar a competitividade e proporcionar uma rentabilidade maior ao produtor, além de mostrar conceitos inovadores que logo estarão disponíveis em nossos produtos, para atender uma agricultura cada vez mais focada na gestão de informações, precisão, economia de recursos e diminuição de impacto ambiental.
ESPAÇO INOVAÇÃO
O Espaço Inovação apresentou ainda os produtos da Linha Otmis para Agricultura de Precisão, com destaque para o lançamento dos equipamentos Omni 500 e 700, além de outras tecnologias que podem ser embarcadas nos produtos, como piloto automático, barras de luzes e telemetria.
As tecnologias de adubação presentes no Uniport 5030 NPK e na Tellus 10.000 NPK serão também demonstradas complementando o conjunto de inovações a serem apresentadas aos clientes durante o evento.
“A Jacto é uma empresa de vanguarda tecnológica e por isso trabalhamos fortemente na antecipação de conceitos que se consolidam posteriormente no mercado. Esse espaço é para demonstrar as inovações, disponíveis nos produtos atuais, e conceitos que estarão brevemente disponíveis em nossos produtos, visando atender às demandas do produtor por maior eficiência e rentabilidade. Com essa visão focada em inovação e ouvindo as demandas do produtor é que nos preparemos para atender aos desafios dessa agricultura, cada vez mais competitiva ”, avalia Wanderson Tosta, Diretor de Marketing da Jacto.
Plataforma Climate Fieldview
Pela primeira vez na Agrishow, a Climate, braço de agricultura digital da Monsanto, mostrou aos produtores e visitantes da feira os benefícios da plataforma Climate Fieldview™. No estande, os participantes puderem entender o funcionamento da ferramenta por meio de uma projeção mapeada – uma maquete em 3D de uma fazenda – e também com o uso de óculos VR (realidade virtual).
Quem esteve no evento pode “testar”o dispositivo. O próprio reporter fez a experiência e confirma a sensacional experiência. Para isso, a empresa disponibilizou uma mesa com diferentes dispositivos que permitiram que os visitantes entendessem como ela funciona na prática, com casos reais de uso. Além disso, as pessoas puderam também conhecer mais sobre as compatibilidades da plataforma com maquinários de diferentes marcas (a lista completa está disponível no site www.fieldview.com.br).
Lançado no Brasil em maio de 2017, o Climate FieldViewTM integra informações de plantio, monitoramento, pulverização, colheita e solo em um só lugar, tudo acessível pelo celular, tablet ou computador. Isso permite que o produtor gerencie suas operações com mais eficiência e maximize sua produtividade. O FieldViewTMdrive, dispositivo desenvolvido pela empresa, coleta e processa automaticamente dados de campo de forma simples e integrada, gerando mapas e relatórios em tempo real, o que ajuda quem cuida da fazenda a corrigir os problemas de forma mais rápida e a tomar decisões no momento correto.
TOMADA DE DECISÃO
“O produtor brasileiro tem investido muito nos últimos anos em tecnologias que melhoram o rendimento das lavouras. Há uma enorme quantidade de dados sendo gerados por essas tecnologias, mas hoje a maioria não organizada e integrada a favor da tomada de decisão. O agricultor planeja em detalhes o que ele pretende fazer durante a safra, no entanto, não é simples ter a visibilidade do desempenho das operações realizadas no campo. Na hora de analisar os resultados, é difícil ter clareza sobre o que de fato impactou a rentabilidade do negócio. A plataforma Climate FieldViewTM veio para mudar isso”, afirma o líder de negócios da Climate para a América do Sul, Mateus Barros.
Quando ainda estava em fase experimental, mais de 130 produtores de soja e milho de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais testaram a plataforma e a avaliaram de forma extremamente positiva. Um ano após o lançamento comercial, a plataforma já foi adotada em mais de 560 mil hectares no País.
Compatibilidades
O Climate FieldView™ possui compatibilidade com diversas marcas de máquinas presentes no mercado. Em um ano de desenvolvimento, a compatibilidade foi expandida em todas as operações–plantio, pulverização e colheita–incluindo as principais marcas do mercado como a Case IH, Massey Ferguson, New Holland e Valtra. Outro avanço tecnológico importante foi a integração dos dados gerados pelo equipamento Veris ao FieldViewTM, comercializado pela Stara, o aparelho faz o levantamento da condutividade elétrica do solo de forma mecanizada e, com os mapas inseridos na plataforma, o agricultor pode analisar as informações lado a lado com outros mapas e tomar melhores decisões, baseadas em dados.
Foram desenvolvidas parcerias com empresas nacionais, principalmente para sistemas de plantio, possibilitando que um maior número de agricultores tenha acesso à tecnologia. Empresas como a Agrosystem (representante dos produtos da Dickey-John) e a Pro Solus (fabricante dos monitores de plantio PSX) fizeram o compatibilização dos seus equipamentos com o Climate FieldViewTM. Outro importante desenvolvimento foi o realizado pela Stara, que possibilita que os mapas de plantio gerados pelas suas plantadeiras com os monitores Topper 4500 ou 5500, sejam visualizados na plataforma, quando importados através da ferramenta de importação de dados do dispositivo de agricultura digital da Monsanto.
Inovações tecnológicas são debatidas no Fórum da Abag
Durante o Fórum da Inovação, evento organizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), na 25ª Agrishow, o gerente de negócios da Precision Planting (divisão Brasil da Agco), José Galli, destacou que os equipamentos da empresa podem diminuir perdas durante o plantio de qualquer cultura de grãos. “O plantio, para nós, é a operação mais importante, pois pode definir o potencial produtivo da lavoura”, resumiu Galli. Em análise de campo, a empresa detectou que, em média, são explorados entre 80% e 82% do potencial produtivo no plantio, ou seja, entre 18% e 20% do total são jogados fora. “Cada semente é importante”, emenda ele.
Esses equipamentos podem sair de fábrica ou serem adaptados para corrigir erros de plantadeiras, sejam novas ou mesmo usadas. Galli cita ainda que esses equipamentos propiciam um espaçamento adequado entre as sementes, controle de população de cada variedade, plantio sem falhas e sem duplicidade e é uniforme para evitar a competição por nutrientes durante o crescimento entre as sementes.
Almir Araújo Silva, da Basf, abordou a atuação da empresa na Agricultura Digital, apresentando os tipos de soluções tecnológicas já implantadas e até as startups que ajudam a melhorar a tomada de decisão por parte do produtor, com softwares, sensores, drones e maquinários conectados à internet. “Um software, por exemplo, consegue cobrir num dia uma área de 10 mil hectares, o que não é possível por uma pessoa”, exemplificou Silva. Algumas soluções são drones de pulverização aérea e o software para aluguel, o denominado Uber Agrícola (Alluagro). Segundo Silva, grandes cooperativas e usinas já usam as soluções.
Kauê Ferreira, supervisor de assistência técnica da Microbiol Biotecnologia, apresentou ao público o produto da empresa que é usado para melhorar as condições físicas do solo. “Estudos recentes mostram que a biologia do solo, usada de maneira adequada, transforma o solo em um ambiente muito melhor”, comentou ele. Segundo Ferreira, num curto prazo de tempo é possível obter ganhos em eficiência com a reestruturação do solo, deixando-o mais solto. A empresa atende um milhão hectares no Brasil e na América Latina e tem meta para multiplicar sua atuação nos próximos anos.
Já Guilherme Sigolo Scafi, coordenador de Projetos Agrícolas na PFB Polifilm do Brasil detalhou as vantagens do uso de plásticos na agricultura. “Entre os benefícios da utilização de plástico em diferentes atividades da produção agrícola, está a melhoria da qualidade dos alimentos, o auxilio no armazenamento e redução de custos no uso de insumos”, opina Scafi.
INOVAÇÃO BRITÂNICA
Inovação e tecnologia são as duas principais mensagens que o novo posicionamento de marca da JCB do Brasil apresenta com exclusividade na 25ª edição da Agrishow. Empresa de origem britânica com mais de 70 anos de atuação, dos quais há mais de 20 no país, a JCB do Brasil lança o conceito British Innovation, ou “Inovação Britânica” em português. Com isso, a fabricante tem como objetivo a consolidação e fortalecimento de sua marca no território nacional.
“A JCB tem em seu DNA a constante busca pela inovação, pelo investimento em tecnologia e o desenvolvimento de soluções versáteis, capazes de satisfazerem as necessidades de nossos clientes. Nossa nova mensagem de marca reflete esta missão, pois traduz a origem e os valores fundametais da marca”, revela Alisson Brandes, diretor de vendas e marketing da JCB do Brasil.
A nova estratégia de posicionamento vem ao encontro de índices positivos de crescimento da marca no Brasil. Em relação à 2016, a JCB do Brasil apresentou aumento de participação de mercado em todas suas linhas de produtos. Destaque para os lançamentos da retroescavadeira 3CX, em 2016, e, em 2017, da linha de escavadeiras hidráulicas (modelos JS210, JS220LC e JS235LC).
“O ano de 2017 foi um grande desafio para todos do setor. Ficamos muito felizes em anunciar índices de crescimento tão satisfatórios como estes. Temos o compromisso de trazer ao país pelo menos um lançamento ao ano até 2020 e seguimos focados na oferta de um amplo portfólio, soluções e máquinas com tecnologia de ponta, robustez, alto índice em disponibilidade de peças e excelência no atendimento pré e pós-vendas”, reforça José Luis Gonçalves, presidente JCB Latam.
Para Brandes, a escolha da Agrishow para a apresentação do novo conceito foi definida de maneira estratégica. “Por ser uma das principais feiras da América Latina, a JCB marca presença no evento desde 2013, sempre apresentando novidades.