A Cadeia Produtiva do Boi é uma iniciativa inovadora na 73ª Exposição Agropecuária de Goiânia. A ideia partiu da Associação Goiana dos Criadores de Zebu (AGCZ), presidida pelo médico e pecuarista Wagner Miranda. E imediatamente encampada pela Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), que tem na presidência Tasso José Jayme, e na vice a médica Ana Maria Miranda, senhora do dr. Wagner, como é comumente chamado.
Ao conjunto da produção de bens e serviços intermediários e finais realizados antes, dentro e depois da porteira, leva a denominação de cadeia produtiva. Acrescida de outros ingredientes, entre eles a sustentabilidade, uma crescente exigência inclusive do mercado de consumo da carne, sobretudo do europeu.
A noção sobre cadeias produtivas e o conhecimento das relações entre seus segmentos são necessários, pois além de evidenciar onde o poder econômico é exercido, revelam as especificidades técnicas e econômicas ocorrentes e mostram ainda, que, para todos os agentes econômicos, é imprescindível conhecer e levar em conta a estrutura dinâmica técnico-financeira dos setores e ramos que as compõem, objetivando a competitividade no mercado. É em torno desse princípio que o tema é levado aos produtores, inclusive despertando o interesse de estudantes de zootecnia, medicina veterinária e engenharia agronômica.
Ana Maria está coordenando a Cadeia Produtiva do Boi num dos pavilhões do Parque Agropecuário. Ela é uma líder no segmento pecuário e criadora ao lado de seu marido em Inhumas. E sempre tem uma palavrinha às centenas de estudantes de zootecnia, veterinária e de agronomia, sempre atentos às novidades de sua área e na feira não poderia ser diferente. Afinal, a cadeia produtiva envolve todo o processo da criação dos animais ao consumo de carnes nos mercados interno e externo. Mas, as dissecações ocorrem em cada estande do pavilhão.
No primeiro estande é mostrado como funciona o Software, que constitui uma seqüência de instruções escritas para serem interpretadas por um computador com o objetivo de executar tarefas específicas. Também pode ser definido como os programas que comandam o funcionamento de um computador. Conforme o instrutor vai manifestando, os alunos têm informação sobre identificação do animal, seu peso, certificação, entre outras informações básicas. A vida pregressa do animal não escapa nessa moderna ferramenta tecnológica. Alimentação, vacinação, estágio sanitário, nada escapa.
IDENTIFICAÇÃO
O Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos–Sisbov é utilizado para a identificação individual de bovinos e bubalinos em propriedades rurais que têm interesse em vender animais que serão utilizados para produção de carne para atender mercados que exigem identificação individual. Segundo o instrutor, o sistema tem sua importância vital para a cadeia, porque com ele se tem a rastreabilidade interna e externa e em consequência da qualidade e garantia da carne ao consumo.
No estande da Planalto Tratores, Edgar Andrade, consultor de vendas, apresentou o portfólio de máquinas e implementos agrícolas. Disse da crescente importância de seu uso nas aberturas de lavouras, plantio, colheita, distribuidor de fertilizante e plaina frontal. Os alunos da Zootecnia da PUC-Goiás demonstraram interesses no conhecimento tecnológico das máquinas que faltam falar e dos preços.
NOVILHO PRECOCE
Na Associação Goiana do Novilho Precoce (AGNP), Augusto Gontijo, pecuarista e ex-presidente da SGPA, teceu considerações gerais sobre a importância do manejo, do sistema de pastagem. Lembrei que havia incentivo fiscal para o criador interessado no desenvolvimento do novilho precoce. No início da adoção do sistema, o imposto cobrado era de 12% e foi reduzido para 6%, estimulando o criatório no Estado. Com a redução do período de abate em pelo menos dois anos, o produtor tem maior lucro e o consumidor ganha com uma carne mais macia.
O Senar entrou também na seqüência, quando foi mostrada a sua importância para o campo ante a série de cursos realizados de maneira teórica e prática. A entidade atua no processo de qualificação de mão de obra.
Integração da sustentabilidade
Os sistemas de integração envolvem a produção de grãos, fibras, madeira, energia, leite ou carne na mesma área, em plantios em rotação, consorciação e/ ou sucessão, merecem a atenção na cadeia produtiva bovina. O sistema funciona basicamente com o plantio, durante o verão, de culturas agrícolas anuais (arroz, feijão, milho, soja ou sorgo) e de árvores, associado a espécies forrageiras (braquiária ou panicum).
Há várias possibilidades de combinação entre os componentes agrícola, pecuário e florestal, considerando espaço e tempo disponível, resultando em diferentes sistemas integrados, como lavoura-pecuária-floresta (ILPF), lavoura-pecuária (ILP), silvipastoril (SSP) ou agro florestais (SAF). Esta solução tecnológica foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com outras instituições. O Parque Florestal em Inhumas dá um exemplo aos agropecuaristas ao atuar no ramo de florestamento e sustentabilidade como foco no mogno africano. Hoje, há um milhão de mudas plantadas.