- Poder público – União, em particular, Estados e municípios – pagam, em média, 70% a mais do que o mercado. A iniciativa privada. Pasmem!
- Raio X: dos vencimentos estratosféricos dos Marajás. Côrte dos intocáveis do Executivo, Legislativo, Judiciário, MPs e de controle
- País possui 23 ministérios, duas secretarias e quatro pastas com status equivalentes a ministérios. Um número colossal de comissionados
O Estado, no Brasil, consome 40% do PIB. O Produto Interno Bruto. A soma de todas as riquezas produzidas pelo País. Os gastos com o funcionalismo público superam as despesas com a mesma categoria de nações de primeiro mundo. Como Estados Unidos das Américas [EUA], França e Portugal. Os dados são do Banco Mundial. Números oficiais apontam que o que pesa na conta final são os altos salários. Os “supersalários”. Os vencimentos estratosféricos dos Marajás. A côrte dos intocáveis do Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público e as côrtes de contas. A massa salarial é alta não pelo excesso de servidores. Qual o motivo então?
- Os elevados salários de uma casta.
Estatísticas levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, revelam que o poder público – União, em particular, Estados e municípios – pagam, em média, 70% a mais do que o mercado. A iniciativa privada. Pasmem! Quase três vezes mais do que os trabalhadores do mercado informal. O mundo do trabalho invisível. Um conceito também utilizado pelo economista Marcio Pocchman. Ex-presidente do Ipea [Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada]. Docente da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp. Uma referência na América Latina. Em Economia e em pesquisas sobre as metamorfoses do Mundo do Trabalho.
- A remuneração média, por ano, no Ministério Público Federal é de R$ 205 mil.
FORÇAS ARMADAS
Não custa lembrar: os membros das Forças Armadas no Brasil ganham mais do que o dobro pago pelas empresas particulares. Informações do Banco Mundial, IBGE e Ipea. R$ 55 mil por ano. O salário mínimo para 2019 não atingirá R$ 1.000,00. Por determinação do presidente da República, Michel Temer [MDB-SP]. O inquilino do Palácio do Jaburu que conspirou, contou com os suportes dos aparatos policial e jurídico do Estado Nacional, negociou com o Congresso Nacional eleito com financiamento privado, financiou os grandes conglomerados de comunicação com gordas verbas de publicidade e deu um golpe frio, líquido, pós-moderno.
- Já a remuneração média por funcionário no Judiciário é de R$ 236 mil. Por ano.
O relatório do Banco Mundial aponta para a urgência da promoção de ajustes fiscais. No andar de cima. Como se expressa o jornalista Mino Carta, Publisher de Carta Capital. A única revista semanal na contramão do pensamento único dos Barões da Mídia patropi. Os de baixo não se beneficiam com as transferências de renda dos fundos públicos. O que torna o Brasil um dos países mais desiguais do mundo. Com alta concentração de renda, capital, poder, direitos, terras, propriedades urbanas, bens materiais e simbólicos. É o que aponta Thomas Pikkety. Exemplo: o funcionalismo público, em Goiás, não recebe data-base, reajustes reais e PCS.
Escola Austríaca
- O Estado é, sim, um mamute, que gasta as energias produzidas pelo capital e pela força de trabalho.
É o que afirma o engenheiro agrônomo, empresário e produtor rural Hermes Traldi. Um adepto das ideias da Escola Austríaca de Economia, fundada por Friedrich Von Hayek. Nascido em 8 de maio de 1899, em Viena, capital da Áustria, e morto em 23 de março de 1992. Aos 92 anos de idade. O formulador da ideia do Estado Mínimo. Um ente regulador que não promoveria a interferência no mercado Mais: que operaria com a sua ‘mão invisível’. O seu papel real seria o de regular, impedir a formação de trustes, monopólios, oligopólios e garantir a livre concorrência. A pedra angular do liberalismo econômico. A maior invenção da humanidade, com a democracia republicana, pontua o pesquisador da Economia em ‘Tempos Líquidos’.
- A ideia é construir uma abordagem laissez-faire. Ao mercado, à economia.
Homem do mercado, ele recusa a modelação matemática, atira. As transações econômicas não podem ser tuteladas pelo poder do Estado, discursa. O seu ideólogo é Friedrich von Hayek, informa ao jornal Diário da Manhã. O mercado é, porém, um lócus material de constantes descobertas, cita um dos conceitos formulados pelos pensadores econômicos da Escola Austríaca de Economia. “Revolução!”. Um mix de reforma e revolução. No Estado, na Economia, na Era da Globalização, na sociedade civil. É a narrativa de Hermes Traldi. Para o ingresso na contemporaneidade. No século XXI. Sem o cheiro de mofo. Nem dos combustíveis fósseis.
- O Brasil, acredite se quiser, possui, hoje, 29 órgãos do Poder Executivo Federal.
Nada mais nada menos do que 29 pastas com caráter de ministério, observa o liberal. A referência de Hermes Traldi é a 23 ministérios, duas secretarias e quatro pastas com status equivalentes a ministérios. Com um volume descomunal de cargos comissionados, sem critérios técnicos, por indicações políticas, que servem para acalmar o guloso apetite das legendas políticas. 37 existentes e em funcionamento por ordem do TSE, o Tribunal Superior Eleitoral. As legendas possuem fundo partidário, recursos financeiros, fundos eleitorais, tempo em rádio e televisão, que podem contar para a formatação de uma ampla coligação política e eleitoral.
- O mercado financeiro prevê inflação, alta do dólar e do euro, diminuição da projeção do PIB. O Produto Interno Bruto.
AGÊNCIA FOCUS
É o que informa a Agência Brasil. Dados da Focus. É a quinta redução consecutiva. A estimativa para Índice Nacional de Preços ao Consumidor [IPCA] subiu. De 3,60% para 3,65%. O que constitui o terceiro aumento seguido. Michel Temer coleciona indicadores econômicos negativos. Desde o golpe parlamentar de 2016. Um ‘revival’ de Honduras, em 2009, com a queda de Manuel Zelaya, e de Fernando Lugo, 2012, no Paraguai, em um i m peachment relâmpago e sem crime de responsabilidade. Crescimento pífio com um desemprego alarmante. Uma combinação explosiva. O Brasil aparece no segundo pior ranking dos países emergentes.
- O Brasil perde apenas, em uma corrida entre 18 países, para a Argentina, de Maurício Macri, que adotou um ajuste amargo e levou o País de “los Hermanos” ao caos: econômico, social e político.
Renato Dias, 50 anos, é graduado em Jornalismo, formado em Ciências Sociais, com pós-graduação em Políticas Públicas, com curso em Gestão da Qualidade, e mestre em Direito e Relações Internacionais. Autor de 12 livros-reportagem. O último que saiu no mercado editorial nacional é ‘Rosas Vermelhas’ [Junho de 2018], RD Comunicações Ltda – Editora. Contato: [email protected]
Estado é, sim, um mamute, que gasta as energias produzidas pelo capital e pela força de trabalho Hermes Traldi A remuneração média por funcionário no Judiciário é de R$ 236 mil. Por ano Banco Mundial e IBGE As legendas possuem fundo partidário, recursos financeiros, fundos eleitorais, tempo em rádio e televisão Os de baixo não se beneficiam com as transferências de renda dos fundos públicos Mino Carta