As emissoras de rádio comunitária lutam por uma nova legislação federal. Existem hoje cerca de 4.800 rádios desta modalidade no país, mas uma modificação na lei poderia ampliar o número de unidades e melhorar a qualidade das emissoras. Nesta terça-feira, 19, os senadores avaliam o projeto PLS 513/ 2017 em plenário e poderão converter a proposta de mudança de potência das emissoras de 25 watts para 300 watts. Cerca de 70 dirigentes estarão às 16h no Senado Federal para pressionar os parlamentares.
Atualmente, vários projetos em tramitação no Congresso Nacional visam atender o movimento. Diversos senadores têm atuado para defender o grupo de comunicadores. A questão é, de fato, aprovar as normas de interesse do segmento.
“A lei atual, de 1998, cria o conceito de rádio comunitária, ou seja, uma rádio que seja plural. Isso está na lei. Mas a norma cria o serviço e também engessa. E ficou assim por força do lobby de rádios e tevês comerciais. Por isso a lei atual é extremamente restritiva. Queremos outra”, afirma Valdeci Borges, presidente da Associação Brasileira das Rádios Comunitárias (Abraço-GO).
Conforme Valdeci, em entrevista ao DM, desde 1996 o movimento das rádios comunitárias já reivindica melhores condições, como a possibilidade de que as emissoras possam também receber publicidade normal, de mercado e pública. Na atualidade, é possível apenas “patrocínio cultural”. Ou seja, estão vedadas campanhas comerciais e institucionais, o que faz com que as emissoras fiquem enfraquecidas diante da falta de recursos. Outro pleito do movimento é o ampliação para 300 watts de potência em vez de apenas 25 watts, como é na atualidade.
VÁRIOS PROJETOS
Valdeci diz que existem 34 projetos que tratam de rádios comunitárias no Congresso Nacional, mas o lobby das emissoras tradicionais impede que eles tramitem. e sejam convertidos em lei O dirigente afirma que nenhum deles contempla todo o desejo das emissoras, mas existem alguns que avançam o conteúdo da Lei 9.612/98, responsável por organizar o segmento no país.
O dirigente diz que vários parlamentares já se mostraram amigáveis para ajudar as rádios comunitárias a sobreviverem. Um dos projetos que podem ser convertido em lei é a cobrança de direitos autorais de músicas, já que elas pagam a mesma quantidade das emissoras comerciais. Valdeci reclama: por mês, os valores chegam a R$ 500, o que não é disponível no caixa das rádios comunitárias. “É impossível as rádios comunitárias pagarem isso. Não somos contra o pagamento de direito autoral, mas não temos condições de pagar estes valores”, diz.
Em Goiás, os senadores Lúcia Vânia (PSB), Ronaldo Caiado (DEM) e Wilder Morais (DEM) apoiam a causa das emissoras. No país, Hélio José (Pros-DF) e Fátima Bezerra (PT-RN) tem endossado as temáticas dos comunicadores.