- Limão com água morna em jejum, evitar glúten e lactose, e cortar carboidratos são algumas das práticas mais comuns
Nos dias atuais é muito comum que as pessoas busquem informações na internet para se informar sobre quase tudo. Não há dúvidas de que a internet é uma ferramenta maravilhosa, mas quando se trata de saúde é preciso tomar um pouco mais de cuidado com o que se lê como verdade absoluta na rede. No caso das dietas, em busca de emagrecimento na maioria das vezes, muita gente acredita no que lê em qualquer lugar e inicia práticas sem procurar um profissional, sem saber que isso pode gerar complicações sérias.
Segundo a nutricionista clínica e esportiva, Maíra Azevedo, essas dietas geralmente são restritivas e não levam em conta o estado de saúde, o hábito alimentar e o estilo de vida do indivíduo. “Elas não promovem educação nutricional, ou seja, a pessoa não aprende a comer e quando volta aos hábitos antigos recupera todo o peso perdido. Seguir dicas da internet sem a ajuda de um profissional pode comprometer a saúde do paciente, gerando uma compulsão ou outro transtorno alimentar”, afirma.
As pessoas acreditam que a “água morna com limão em jejum” tenha efeito termogênico, que induz um aumento da taxa metabólica basal, e que essa mistura “alcaliniza o sangue”. Mas a nutricionista afirma que isso é um mito, pois não existe nenhum alimento isolado que engorda ou emagrece, e explica que o emagrecimento se dá por um conjunto de fatores. Alimentação diária, consumo de macro e micronutrientes, consumo da quantidade correta de calorias, tudo adequado para que promova emagrecimento.
“Os benefícios da água morna com limão são que a pessoa vai consumir mais água e vai consumir uma dose a mais de vitamina C. Mas essa água não precisa ser morna, não precisa ser em jejum e esse limão pode ser consumido em uma salada, por exemplo. As pessoas que têm gastrite podem ter piora nos quadros de dores”, explica a especialista.
Tido como o maior vilão do emagrecimento, o carboidrato é tema de inúmeras conversas. Em vertentes como a lowcarb (diminuição e não restrição como zerocarb), dizem que engorda, causa diabetes e um monte de doenças. Porém, segundo Maíra, é o excesso de carboidratos que está relacionado ao aparecimento de diabetes e aumento de triglicerídeos. “Se o consumo for moderado não vai trazer nenhum problema para a saúde, inclusive para ter queima de gordura é necessário que tenha carboidrato. Dizem que ‘a gordura queima em uma chama de carboidratos’, então é necessário sim ter esse consumo, até porque a glicose é nossa principal fonte de energia. Para o cérebro funcionar ele precisa de glicose e zerar carboidratos não é uma boa ideia quando falamos de saúde”, explica a nutricionista.
No caso do glúten e da lactose, algumas vertentes dizem que o glúten favorece o ganho de peso e que a lactose é inflamatória e causa alergias. “Estudos sérios mostram que o único público que não pode consumir glúten são as pessoas que sofrem de doença celíaca e, no caso da lactose, pessoas intolerantes. Quem não tem essas intolerâncias, pode consumir os alimentos com glúten (trigo e todos os alimentos derivados, centeio, cevada, sêmola, gérmen de trigo e aveia–ela em si não contém glúten mas pode ser processada junto com ele) e pode também consumir leite e derivados, buscando as quantidades adequadas calculadas por um nutricionista”, diz.
“Quando falamos em alimentação, o mais importante é que a pessoa tenha uma mudança de comportamento e que compreenda a importância de uma alimentação equilibrada e como essa alimentação deve ser para gerar saúde e qualidade de vida. Tem que ser algo que ela vai conseguir fazer para o resto da vida porque alimentação saudável não é só para emagrecer, na verdade o emagrecimento deve ser uma consequência desses hábitos alimentares e não o objetivo principal, senão a pessoa acaba colocando a saúde dela em risco”, finaliza Maíra.
Quando falamos em alimentação, o mais importante é que a pessoa tenha uma mudança de comportamento e que compreenda a importância de uma alimentação equilibrada e como essa alimentação deve ser para gerar saúde e qualidade de vida”