Federal de confirmar o fim do imposto obrigatório aprovado no ano passado na reforma trabalhista, vai mexer com a estrutura dos sindicatos em todo o País. Serviços serão cortados, diminuição do quadro de servidores e alguns sindicatos, que não tem força junto à categoria, tendem a desaparecer, já que eram mantidos praticamente com recursos do imposto obrigatório.
Dados apresentados pela revista Veja deste final semana apontam que os sindicatos, em média, perderam 90% de sua receita com o fim do imposto. Em um quadro comparativo nos meses de abril e maio de 2017, A Força Sindical em todo o país recebeu quase 44 milhões de reais, já no mesmo período deste ano, sem o desconto de um dia de trabalho de todo trabalhador brasileiro, foi arrecadado apenas 3, 55 milhões de reais.
Só neste ano, com o fim do imposto, as três maiores centrais sindicais do país: CUT, Força Sindical e UGT, deixaram de arrecadar cerca de 100 milhões de reais. Com a decisão do Supremo agora o imposto só poderá ser cobrado com autorização prévia do trabalhador. Ou seja, nem a assembleia da categoria pode aprovar a cobrança do imposto. Os sindicatos então, vão ter que sobreviver com a contribuição financeira dos seus filiados.
Em Goiás, um dos maiores sindicatos do Estado, O sindsaúde, Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, já sente os reflexos desta nova situação. Mas a presidente do Sindsaúde, Flaviana Alves Barbosa, afirma que o sindicato está preparado para enfrentar este novo quadro nas relações trabalhistas e sindicais.
“Tivemos que fazer cortes sim. Entre 10 e 15 por cento. Reduzimos o quadro de funcionários, atividades, comunicação e estamos trabalhando no sentido de fortalecer a filiação dos .trabalhadores ao sindicato. Somos um sindicato cutista. Somos contra o imposto obrigatório. Defendemos que a assembleia da categoria definisse esta questão. Mas o Supremo tomou outro caminho. Vamos trabalhar na consciência do trabalhador para que ele se filie ao Sindsaúde”, diz Flaviana Alves.
FILIADOS
A presidente do Sindsaúde diz ainda que o sindicato tem hoje cerca de 14 mil filiados e está em 164 dos 246 municípios do estado de Goiás. “Estamos crescendo em todo o estado de Goiás. Todo ano filiamos de 500 a 700 novos trabalhadores no sindicato, e vamos intensificar fazendo campanhas de filiação, conclui Flaviana.
A presidente da CUT, Ieda Leal, que também é tesoureira do Sintego, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação, um dos maiores do estado de Goiás, afirma que todos os sindicatos estão fazendo readequações não só por conta da reforma trabalhista que de acordo com ela, não trouxe nada de positivo para a classe trabalhadora. As adequações são necessárias, segundo Ieda, por conta da crise econômica que vem afetando a estrutura das entidades classistas e do povo brasileiro em geral.
“Nunca fomos a favor do imposto obrigatório. Mas sempre defendemos a autonomia da categoria para definir qualquer tipo de cobrança em assembleias. Infelizmente a reforma trabalhista e a decisão do STF referendando um ponto desta reforma retrógrada, impedindo a livre decisão da categoria, prejudica. Mas estamos preparados para a luta. Vamos trabalhar na conscientização do trabalhador ampliando o número de filiados. Já estamos fazendo isso, e a tendência é ficarmos mais fortes a cada ano”, frisa a Presidente da Cut e diretora do Sintego.