A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein assinou ontem em Goiânia um contrato de gestão com opção de compra do Hospital Órion que assegurará a transferência contínua de tecnologias e protocolos avançados de saúde. Trata-se do primeiro contrato de gestão hospitalar firmado entre o Albert Einstein e a iniciativa privada no Brasil.
Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, disse na coletiva de imprensa, em resposta ao Diário da Manhã, que vai trazer para o Hospital Órion, através de gestão, uma prática apoiada em políticas de qualidade que são adotadas no Einstein de São Paulo e que permite ser acreditada e receber selos de capacidade que, com certeza com a expertise acumulada, pode transferir de uma maneira mais eficaz e rápida para o Órion. A expectativa é que este seja um hospital de alta complexidade que possa entregar uma excelência da assistência assim como temos na unidade do Morumbi.
Sidney Klajner, sobre a parceria Órion x Albert Einstein, disse que “ela nasceu quando o projeto Órion procurou o braço de consultoria e gestão, para que pudéssemos através de consultoria orientar como seria construído e que recurso seria necessário para um hospital de alta complexidade. Esse trabalho foi feito pelo Instituto de Consultoria do Hospital Albert Einstein e ao término do trabalho, constatou-se um potencial muito grande, uma concordância das intenções, e houve a possibilidade de estar junto no processo. A forma que o Albert Einstein viu para viabilizar essa parceria foi a forma da gestão, onde profissionais especializados em gestão hospitalar fariam no Órion aquilo que é a prática médica no Hospital Einstein em São Paulo. Não houve interesse de mercado em Goiânia, mas constatou-se um potencial de associação da nossa marca de gestão. Vamos investir na formação de profissionais locais, na capacitação e no modelo de gestão que possa trazer um patamar de qualidade apoiado em políticas, em humanização semelhante ao que temos no Morumbi”.
Sidney esclareceu que se trata de um contrato de gestão onde o Einstein recebe um fim por esse trabalho de gestão, e realmente existe um cláusula de preferência de compra caso a duas partes se mostrem interessadas nesse tipo de negociação. A partir de um determinado período, a gestão passa a participar com uma porcentagem de rentabilidade, não apenas um fixo que é o que vai demorar no início com o ramp pup do projeto.
Sobre o time line do Einstein, coloca o paciente como o centro do cuidado e não o médico, como foi no passado a nível de organizações hospitalares. Em 2011, para fins de acreditação e uma mudança para um patamar de humanização, o Einstein buscou um selo que de uma organização americana que exige que a organização critérios de atendimento humanizado, como exemplo, a permissão de visitas de internação prolongada, a ambientação através de um conceito chamado Healing environment, um ambiente de cura, e essa designação o Einstein obteve em 2011 como primeira organização da América Latina a ter o selo e passamos após alguns a ser a entidade do Printree certificadora dentro da América Latina. Esse selo de humanização foi renovado há um mês, onde o Einstein passou por uma reacreditação de atendimento centrado no paciente o que reiterou os esforços em ter uma certificação de atendimento humanizado e também com a experiência de ter promovido consultorias para a obtenção do selo.
A parceria do Hospital Órion é o primeiro modelo de gestão do Albert Einstein com o setor privado.
Diretor de relacionamento da consultoria do Hospital Albert Einstein disse que já faz esse serviço de consultoria há praticamente seis anos, e estão em 15 cidades brasileiras prestando serviços de consultoria. Eles oferecem os mais variados produtos no sentido de gestão e em São Paulo, fazem a gestão em dois hospitais públicos. A parceria com o Órion de Goiânia é a primeira privada que irão fazer a gestão e fora de São Paulo.
Fora de São Paulo, das unidades que são de ensino, uma está localizada no Rio de Janeiro e outra em Belo Horizonte. O Einstein sai fisicamente fora de São Paulo através do ensino e da consultoria. O sistema de atendimento e assistência hospitalar fica restrito à cidade de São Paulo.
José Henrique explica que está em Goiânia já há dois anos, quando iniciaram os trabalhos. “Primeiro realizamos a consultoria de implantação. Segundo passo os processos de gestão. No contrato de consultoria surgiu a oportunidade de se fazer a gestão. De fato, é o primeiro contrato de gestão com a iniciativa privada fora de São Paulo”.
“Pela oportunidade e entendimento fácil com o grupo de empreendedores, conforme a adequação cada vez mais estreita, resultou em um contrato de gestão, que é o que celebramos hoje: a entrega formal do contrato de gestão para o Hospital Órion. Significa que teremos em torno de dez profissionais que serão responsáveis pela gestão do Hospital Órion. Todo o restante dos funcionários serão do Órion, desde enfermeiros, a parte assitencial, RH, investimentos, é o hospital que está implantando é o Órion. Portanto, estamos aqui para fazer a gestão de tudo isso. Significa puxar processos de qualidade para todo o corpo médico, de enfermagem e assistência. A qualidade da gestão reflete na qualidade da assistência, pois se exige que seja feita sob preceitos de qualidade e segurança para o paciente”.
A coletividade judaica de São Paulo quis retribuir ao povo brasileiro a acolhida no pós guerra, nos idos de 1945. Com isto eles formaram esta entidade. O objetivo primeiro foi trazer uma retribuição para a sociedade. A sequência de presidentes desde lá até aqui, com o Dr. Manuel que foi um urologista, depois Dr. José que era cardiologista, depois o Dr. Reinaldo que era um neurocirurgião, depois Dr. Cláudio Luttemberg oftalmologista e agora temos ao presidente atual que é o Dr. Sidney Klajner que é cirurgião. Esta sequência foi muito positiva porque teve médicos na presidência que foram trazendo processos de qualidade cada vez mais intensos para o hospital. O que houve foi a conjunção de interesses entre a atividade médica e a gestão de qualidade, o que foi um pioneirismo.
GERAÇÃO DE EMPREGOS
Frank Guimarães Vaz de Campos, sócio do complexo Órion, assegurou que a preferência de vagas de será para profissionais locais. Explicou que há dois quadros distintos: a questão do corpo clínico de médicos, do corpo clínico de CLT que vai estar dentro do hospital e de todo o suporte que será dado ao hospital, em termos de gestão: engenharia química, advogados, contador, enfermagem, administrativo, recepção, etc. Todo esse quadro será feito com profissionais locais. Eventualmente pode-se trazer profissionais de fora que sejam necessário para trazer mais tecnologia e informações, que são os semeadores de conhecimento. Garante que o reflexo econômico é para Goiânia. Os diretores do Órion serão diretores vindos do Albert Einstein. Os empreendedores entram como investidores e comitê deliberativo. Quem manda no hospital em termos de tratativas é o Einstein. A expectativa é que sejam geradas entre 800 a 900 vagas CLT fora os 2000 a 3000 médicos que vão estar no quadro de corpo clínico aberto. Essa quantidade de pessoas serão absorvidas no final do ramp up, ou seja, até ele atingir 100% de sua capacidade operacional.
A expectativa é que isso se dê de dois a cinco anos, dependendo do que o mercado irá responder ao hospital. Dentro de dois a três meses o Einstein estará abrindo um canal específico de comunicação para contratações. O treinamento estará acontecendo dentre 60 a 90 dias antes da abertura e a contratação será feita em torno de seis meses antes da abertura do hospital. Deste modo, o processo seletivo efetivo deve se iniciar em janeiro.
IMPOSTOS PARA GOIÂNIA
O empresário Paulo Roberto Costa, sócio do empreendimento, afirmou ao Diário da Manhã que a expectativa de geração de riquezas para Goiânia, durante a construção, foram arrecadados dentre IPTU, ISS e ISTI R$ 20 milhões. Isso antes da inauguração. Pós-inauguração, calculamos que vão ser pagos 3 milhões em IPTU’s por ano e de ISS, 12 milhões por ano. Em dez anos estamos falando em cifras que chegam aos 150 milhões para o município de Goiânia.