Home / Cotidiano

COTIDIANO

Algodão goiano desperta mercado internacional

A qualidade da fibra do algo­dão produzido no Brasil, e Goiás encontra-se neste contexto, está chamando a atenção do merca­do internacional, sobretudo asiá­tico e do continente latino-ame­ricano. Neste momento, Goiânia recebe uma comitiva estrangeira de compradores de algodão.

O grupo possui 25 represen­tantes do Vietnã, Bangladesh, China, Turquia, Colômbia e Indo­nésia, e veio conhecer o sistema produtivo da pluma em Goiás. A visita é parte de um tour pelos três maiores Estados produtores de al­godão no Brasil, formado ainda por Mato Grosso e Bahia.

A Missão Compradores 2018 é uma iniciativa que vem sendo realizada há quatro anos pela entidade para apresentar ao mercado global o modelo na­cional de produção desta fibra, voltado para a alta produtivida­de e práticas sustentáveis.

EM GOIÂNIA

A delegação internacional de compradores de algodão che­gou a Goiânia na tarde de quar­ta-feira. Antes, conheceram uma fazenda produtora de algodão no município de Cristalina, no entorno do Distrito Federal, e chegaram à capital goiana para conhecer as particularidades re­gionais e, sobretudo, o equipa­mento que calcula o índico de pegajosidade na fibra de algodão.

Para o presidente da Associa­ção Goiana de Produtores de Al­godão, Carlos Alberto Moresco, a padronização das análises labo­ratoriais de algodão no Brasil ofe­receu um salto na confiabilidade do produto nacional.

“Fomos ao laboratório de Bre­men (Alemanha), centro mun­dial de referência em algodão, e vimos que eles têm uma máqui­na igual a nossa, só que mais an­tiga”, informou. No Brasil existem apenas três máquinas de análise de pegajosidade, onze no mundo, e uma delas está em Goiás.

Jorge Hernan Olarte é um dos três colombianos na mis­são. Ele representa a única companhia da Colômbia que compra, armazena, analisa e entrega o algodão para fiação. Hernan lembra que havia uma restrição sanitária que impe­dia a venda de algodão brasi­leira para a Colômbia, devido à infestação do bicudo, restri­ção que foi derrubada a partir do controle da praga no Brasil. “Vim conhecer o trabalho que reabriu o nosso mercado para o algodão brasileiro”, comenta.

Eddy Ely veio da Indonésia e representa a indústria de fiação. Eddy acompanha a produção brasileira há mais de uma déca­da a confessa que a qualidade melhorou bastante nos últimos anos. “A gestão e os controles do sistema produtivo são mui­to rigorosos, e isso me faz ser favorável a comprar o produto daqui”, afirma.

RECUPERAÇÃO

Tom Phan trabalha na indús­tria de fiação do Vietnã. O in­dustrial lembra que já teve uma experiência ruim com um car­regamento de algodão brasilei­ro. Para Phan, faltava padroni­zação na qualidade do produto e foi difícil trabalhar. “Esta mis­são serviu para vermos os esfor­ços do Brasil para reconquistar a confiança dos mercados. Já voltamos a comprar do Brasil e estamos crescendo a demanda aos poucos”, assume.

A safra goiana de algodão deste ano tem sido majorita­riamente enviada para merca­dos externos. Dos mais de 32 mil hectares plantados e das 54.530 toneladas de algodão produzi­dos, 52% já foram exportados e outros 21% que ainda não fo­ram comercializados também deve ser exportados, sobretudo devido à alta do dólar.

LIDERANÇA NACIONAL

O presidente da Associa­ção Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), Arlindo de Azevedo Moura, ressalta que, nesta safra, 2017/2018, o Bra­sil galgou um novo patamar no ranking dos maiores ex­portadores mundiais da com­modity, alcançando o terceiro lugar, que antes era ocupado pela Austrália. À frente dele, estão Estados Unidos e Índia. No ranking da produção, o País ocupa o quarto lugar, antece­dido pela Índia (1º), China (2º) e Estados Unidos (3º).

Moura ressalta que a expe­riência em campo sempre deixa os visitantes impressionados. “A cotonicultura brasileira é muito profissional. Incorpora tecnolo­gia em todas as suas etapas e isso se traduz em processos bonitos de serem vistos. Este ano, com muito orgulho, devemos bater um novo recorde na produção nacional, de 2,015 milhões de toneladas de al­godão em pluma, ante a marca alcançada em 2011, de 1,959 mi­lhão de toneladas”, afirma.

Leia também:

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias