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Aumenta em 11% queimadas no cerrado goiano

Já são dois meses e meio sem que a chuva dê o ar da graça no Estado de Goiás e em boa par­te da região Centro-Oeste do País que vive dominada por uma bolha de ar quente e seco. A cada ano que passa a chuva demora mais a che­gar. O resultado é esta sensação de deserto com frio nas madrugadas e calor durante o dia. Esta situação, aliada aos ventos fortes, vegetação seca e alta no cerrado fez aumentar o número de queimadas em Goiás.

O índice vem subindo mês a mês a partir de maio que é quando co­meça o tempo seco no Estado. Em maio de 2017 foram 336 focos de incêndios florestais. Neste ano, no mesmo mês, 552. Em junho de 2017 foram registrados 811 incêndios contra 924 no mesmo mês neste ano. Já em Julho de 2017, 1259 pon­tos de vegetação queimada. Neste ano, no mesmo mês chegamos a 1357 incêndios florestais. Soman­do somente os três meses, maio, ju­nho e julho, foram registrados, nes­te ano de 2108, 427 incêndios a mais no cerrado goiano do que em 2017.

O Tenente Coronel Ulisses José da Silva, coordenador da Opera­ção Cerrado Vivo deste ano afir­ma que este aumento de casos de incêndios florestais é preocupan­te e ocorre devido a vários fatores, entre eles, é claro, a falta de cons­cientização das pessoas quanto aos cuidados necessários para se evitar as queimadas.

“Esta é a fase mais crítica do tem­po seco quanto as queimadas no Cerrado, e vai se estender até ou­tubro devido às mudanças climáti­cas que afetam a região do Centro­-Oeste do País com uma massa de ar quente por um longo período. Es­tas altas temperaturas, aliadas à ve­getação seca e alta do Cerrado, aos ventos fortes e a falta de conscien­tização da população faz com que, ano a ano, as queimadas aumentem em Goiás”, explica o coordenador da Operação Cerrado Vivo.

No balanço divulgado nesta ter­ça-feira já computado os dados dos primeiros dias de agosto foi registra­do um aumento de 11% no atendi­mento a focos de incêndios flores­tais em relação ao no ano passado. “As pessoas tem que evitar queimar lixo e jogar pontas de cigarro acesas. O lixo queimado, além de ser tóxico, pode levar uma faísca de fogo para um área de vegetação e provocar um grande incêndio florestal”, aler­ta o tenente coronel Ulisses.

Devido a ampliação do tempo seco, as equipes da Operação Cer­rado Vivo foram reforçadas. Estão sendo utilizados também drones e imagens de satélite da Nasa e do Ins­tituto Nacional de Pesquisas Espa­ciais (INPE). “A utilização de drones e imagens de satélite são fundamen­tais para identificar os pontos de ca­lor e os focos de incêndio no cerra­do”, frisa o tenente coronel Ulisses.

ZONA RURAL

Outra preocupação do Opera­ção Cerrado Vivo é com a popu­lação que vive no zona rural. “Os proprietários das terras tem que se proteger deste período seco que, neste ano, se estenderá até a 2ª quinzena de outubro. A primei­ra coisa é não utilizar fogo de for­ma alguma como manejo em sua fazenda. Tem que fazer os aceiros nos depósitos de alimentos, nas áreas de produção e na divisa das fazendas. Os aceiros são a principal forma de proteção para se evitar a ampliação de uma queimada até que a ação dos bombeiros chegue”.

Outra ação que é feita pelo Corpo de Bombeiros é a Perícia de Incêndio Florestal. “ Através do telefone 193, os fazendeiros, ou qualquer pessoa pode acio­nar a Operação Cerrado Vivo que irá fazer um diagnóstico no local para descobrir como ocorreu o incêndio para evitar futuras quei­madas da vegetação do cerrado”, conclui o coordenador da Opera­ção Cerrado Vivo.

No ano passado ocorreram grandes queimadas no Cerrado atingindo vários parques de preser­vação ambiental, entre eles a Cha­pada dos Veadeiros, Serra Doura­da, o Altamiro de Moura Pacheco e o de Caldas Novas, destes, somente este último ocorreu antes de agos­to. “Então este balanço parcial das queimadas no Cerrado tem este objetivo também, o de alertar a po­pulação sobre o período mais críti­co da seca e evitar grandes incên­dios florestais”, finaliza.

Esta é a fase mais crítica do tempo seco quanto as queimadas no Cerrado, e vai se estender até outubro. Estas altas temperaturas, aliadas à vegetação seca e alta do Cerrado, aos ventos fortes e a falta de conscientização da população faz com que, ano a ano, as queimadas aumentem em Goiás” Tenente Coronel Ulisses José da Silva–Coordenador da Operação Cerrado Vivo


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