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Os Ipês florescem em setembro

Por todo canto que se olhe nas ruas, não há como não notar a presença dos ipês. Ao longo do ano, essas árvores se passam desapercebidas aos nossos olhos pelas copas totalmente provi­das de folhas bem verdes, e quando suas folhas começam a cair, pela proximidade do outono e inverno, é o sinal de que as flores estarão por surgir. Os ipês anunciam a chegada da primavera.

Sua floração se torna vistosa devi­do a ausência de folhas.

Essa beleza se estende por todo Brasil.

O nome Ipê significa casca gros­sa e é uma palavra de origem tupi. No território nacional pode ser visto com mais frequência no cerrado e caatinga, locais onde encontramos o clima mais tropical de nosso país. Mas também estão presentes no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Para­ná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Eles podem ser vistos com flores nas cores ama­relas, rosas, brancas e lilás.

As muitas espécies são usadas na arborização urbana, ao longo de ruas, ou como elementos isoladas em praças e parques.

As três cores mais vistas são as de flores amarelas, rosas e brancas. Em sua maioria os ipês-amarelos, estão em maior abundância pelas cidades pelo fato de ter a flor sím­bolo do Brasil.

A facilidade de encontrar a ár­vore no Brasil, aliada à tamanha beleza, encantou o então Presi­dente Jânio Quadros, que no Pro­jeto de Lei nº 3380/1961, visava de­clarar o pau-brasil e o ipê-amarelo, respectivamente, árvore e flor Na­cionais, porém o projeto foi veta­do no tocante ao ipê, e somente o pau-brasil foi declarado árvore na­cional, por meio da Lei nº 6607 de 7 de dezembro de 1978.

A árvore, reconhecida pela exce­lente qualidade da madeira, ocorre em todo o Brasil e em todos os bio­mas e se divide basicamente em dois tipos: a do Cerrado e a da mata. “No Cerrado, o ipê é mais baixo; atinge 10 metros de altura. Tem a casca grossa para se proteger do fogo”, diz Marchi­ni. Na mata, observa o pesquisador, chega a 20 metros de altura.

Há 28 espécies de ipês e faz dis­tinção entre as flores rosas e roxas. Na verdade, não existe flor roxa de ipê, mas sim diferentes tons de rosa. É o que afirma Silvio Marchini, pes­quisador da Escola Superior de Agri­cultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP).

Essa bela árvore não tem somen­te flores bonitas, mas sua casca e en­trecasca têm propriedades medici­nais (antiflamatórias, antiinfecciosas e cicatrizantes) e podem ser utiliza­das para diversos tratamentos, como: dermatites, varizes, amidalites, infec­ções renais, entre outros.

Encontrada em todas as regiões do Brasil, tolera diversos tipos de cli­mas. Suas flores são visitadas por aves, e em especial por beija-flores.

Produzem frutos secos, do tipo cápsula, que quando maduras li­beram sementes com alas a lon­gas distâncias.

DESMATAMENTO

A árvore é um filtro. A função mais conhecida das árvores é a de trocas gasosas. Ela retém o gás car­bônico e libera o oxigênio. Mas sua importância vai além disso.

Uma árvore é habitat de inse­tos, fauna, mamíferos, aves, ma­cacos, lagartas, liquens, bromé­lias, orquídeas, etc.

Ocortede um árvorecompromete toda uma biodiversidade, porque há muita vida em seus galhos.

A biodiversidade em uma cidade já resta prejudicada, e o corte de uma árvore prejudica ainda mais a rique­za desse ecossistema existente nela.

Isso é o que afirma o engenheiro agrônomo Rodrigo da Costa Andra­de, engenheiro agrônomo e analis­ta ambiental do Ibama.

O que se nota é muitos cortes de árvores na cidade, sem critérios. Para se cortar uma árvores, há que ter um motivo: ou ela está doente, ou ela ofe­receriscodevida, vezquesuagalhada atingefiosdeeletricidade. Umaárvore não pode ser cortada porque ela atra­palha a entrada de um carro na gara­gem ou tampa a fachada de alguma empresa ou está sujando a calçada com folhas, observa Rodrigo.

Para ele, sujeira é plástico, papel, coisasdohomem. Folhasourestosde galhos não podem ser considerados sujeira. Há essa confusão de concei­tos por ignorância da população, por­que conhecimento, todos têm. Todos sabem da importância de uma árvo­re, mas os homens são imediatistas, e não pensam que a sujeira da rua vai cair numa via pluvial, que vai cair num manancial, que vai matar uma espé­cie marinha. Tudo está interligado, e o mais importante é a preservação.

Para Rodrigo da Costa Andra­de, a consciência ecológica significa educação, e educação vem de ber­ço. Daí a importância de fazer a de­fesa desde a idade tenra das crianças, que, se formarem essa consciência, passarão a fazer a defesa da fau­na e da flora naturalmente, com a formação de uma geração com­prometida com o meio ambiente.

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