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COTIDIANO

A cidade que abraça

Recente projeção populacio­nal divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Es­tatística (IBGE) mostra que Goiás deverá receber só em 2018 cerca de 40 mil novos habitantes, fazendo da federação a segunda que mais atrai migrantes, em busca de oportuni­dades. Grande parte dos migrantes chegam para trabalhar na constru­ção civil, um setor em ascensão no Estado – na contramão dos núme­ros nacionais. Os dados do primeiro semestre do Ministério do Trabalho registrou saldo positivo com 1.500 vagas formais a mais em Goiás em relação ao mesmo período de 2017.

A guinada da construção civil em Goiânia torna a cidade mais rica pela mistura de culturas tra­zidas por quem aqui chega. Nes­te 24 de outubro, quando Goiânia completa 85 anos, vale a pena co­nhecer algumas histórias de pes­soas que deixaram sua terra natal e encontram em Goiânia, além de trabalho, a chance de crescer e ven­cer profissionalmente.

Histórias como a do encarrega­do geral de obras da Queiroz Silvei­ra Construtora e Incorporadora, Ailmar Pereira, 41 anos. Natural de Alagoinhas, interior baiano, ainda menino mudou-se para Salvador, onde aos 13 anos de idade come­çou a trabalhar como ajudante de pedreiro. Mas mesmo com uma rotina puxada, ele diz que não achava a vida na Bahia de todos os santos desinteressante. “Além do trabalho, tinha muita praia, água de coco, acarajé e moqueca com bastante pimenta”, recorda.

Mas, se por um lado beleza e di­versão tinham de sobra, por outro as oportunidades de trabalho co­meçaram a ficar escassas. Sendo assim, por conselhos de amigos há cinco anos fez as malas e veio para Goiânia, junto com a esposa. No começo demorou um pouco até se firmar num emprego. Duran­te um ano fez bicos na construção civil até conseguir uma oportuni­dade na Queiroz Silveira Constru­tora e Incorporadora. “Em termos de salário, estrutura e acolhimen­to não tenho do que reclamar. Aqui em Goiânia é bem melhor”, elogia.

De acordo com o encarrega­do, na Queiroz Silveira, conse­guiu ter algo muito importante: perspectiva de crescimento. Na empresa foi contratado como pe­dreiro e hoje tornou-se encarre­gado de obras, função que tam­bém é responsável por questões administrativas do canteiro. Ele fiscaliza, por exemplo, a logística dos serviços, tais como: armaze­namento do material, limpeza e organização da obra. De olho no futuro, Ailmar tem se profissio­nalizado para ir além. Ele conta que seu objetivo agora é tornar­-se mestre de obras. “Estou até fazendo curso e as pessoas fa­lam que eu levo jeito”, diz.

Mesmo se adaptando bem em Goiânia, Ailmar Pereira confessa que ainda não esqueceu comple­tamente o plano de voltar para Sal­vador, mas segundo ele, isso deverá ocorrer somente após sua aposen­tadoria. “Sou um baiano arretado. Goiânia me proporcionou muita coisa. Mas pretendo voltar para mi­nha terra um dia”, afirma.

GOIANOS DE CORAÇÃO

Já para o maranhense Wadjô de Paiva, 50 anos, nem passa por sua cabeça deixar Goiânia. Ele relembra que deixou o Nordeste há 25 anos também para traba­lhar na construção civil. Primeiro morou em Brasília, onde casou­-se e teve três filhos. O operário já havia se habituado bem à capital federal, onde conseguiu emprego na Brasal Incorporações.

No entanto, quando veio a Goiânia para trabalhar na filial da empresa em um residencial gran­dioso, com três torres no Jardim Goiás, não quis mais voltar para Brasília. “A obra acabou, mas eu decidi ficar aqui. Trouxe minha mulher e filhos e nos adaptamos muito bem”, diz Wadjô que ainda trabalha na Brasal, na obra Per­sona Bueno By Brasal como en­carregado de instalações elétrica.

Muito da permanência de Wadjô em Goiânia se deve à se­gurança que o emprego lhe deu ao construir a vida, como a pos­sibilidade de conquistar o sonho da casa própria. A ideia do en­carregado de instalações elétri­cas é continuar evoluindo como profissional, o seu sonho é ocu­par o cargo mestre de instalação, função que já tem experiência de outros empregos. “Tenho certeza que vou conseguir realizar meus sonhos dentro da empresa. Estou vendo que a Brasal está crescen­do em Goiânia e vou crescer junto com a incorporadora. Além dis­so, os goianos, são pessoas hos­pitaleiras, o acesso aos lugares é mais fácil. Já me considero goia­no de coração. Voltar ao nordes­te só a passeio”, brinca.

O auxiliar de almoxarifado An­toniel Oliveira, 26 anos, mais co­nhecido como “Sabiá”, é também um maranhense que se apaixo­nou por Goiânia. Ele, que gosta de cantar sertanejo, após 7 anos na capital goiana, disse estar sa­tisfeito. “A vida no Maranhão era mais difícil. Trabalhava na zona rural e era complicado conciliar estudos e trabalho”, recorda. Che­gou à Goiânia também por conse­lhos de amigos e não demorou até conseguir uma oportunidade na Loft Construtora e Incorporadora.

Com o trabalho, consegue aju­dar seus pais e irmão que deixou no Maranhão e mesmo sentindo uma saudade apertada dos fami­liares, conta ter se adaptado ao es­tilo de vida goianiense. Além das oportunidades profissionais gosta de sair nos finais de semana para baladas sertanejas ou passear nos parques da cidade. “Quando pu­der pretendo trazer minha famí­lia para Goiânia”, diz.

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