Descontentes com o descumprimento da tabela do piso mínimo do frete e o que entendem ser uma falha da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em fiscalizar a medida, caminhoneiros de Goiás estão se mobilizando para bloquear as estradas do Estado na próxima segunda-feira (29/10), para fazer uma fiscalização informal, segundo informações do jornal Estado de São Paulo.
A paralisação tem como finalidade atingir as cargas que vem do sul do país e passam por São Paulo. Segundo Wallace Landim, o Chorão, um dos representantes da categoria, disse que além das pistas, as entradas das fábricas também serão bloqueadas. Ainda segundo ele, só poderão passar caminhões que estiverem carregados dentro do piso mínimo.
No entanto, dentro da própria categoria, há quem coloque em dúvida a efetividade da iniciativa dos caminhoneiros de Goiás. "A ideia é ótima, mas a execução é muito complicada", avaliou o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí (RS), Carlos Alberto Litti Dahmer. "Se existe a lei e a penalidade e o caminhoneiro se sente acuado para cobrar seu direito, não acredito que vá enfrentar a transportadora de cara limpa", afirmou à agência Estado.
Em junho, Chorão já havia convocado um protesto, esperando 50 mil caminhoneiros em Brasília, mas só compareceram quatro.
STF
A tabela do frete com preços mínimos foi uma das exigências da categoria para acabar com a greve que durou 10 dias em maio.
Porém, o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não analisou a constitucionalidade da tabela, contestada pela indústria e o agronegócio. O setor produtivo alega que os preços mínimos ferem o livre mercado e encarecem custos em até 150%.
Já a ANTT disse que está trabalhando na elaboração uma tabela mais completa para diminuir distorções apontados pelas partes.
(Foto: TV Anhanguera/Reprodução)