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Leilão Adir abre pecuária de corte em Goiás

O mês de outubro marca o iní­cio da estação reprodutiva na pe­cuária brasileira, período no qual os criadores procuram os melho­res touros para utilizar em seus re­banhos. Em um momento crucial como esse, é necessário cuidado na escolha da genética embarcada no animal. Facilidade de parto, be­zerro que desmama acima de 200 kg, sem artificialismos, e peso de 18 a 20 arrobas ou mais à idade de abate são apenas alguns dos indi­cadores econômicos da atividade.

Para garantir os resultados es­perados pelos produtores de gado de corte é que os selecionadores Adir do Carmo e seu filho Pau­lo Leonel, à frente do Grupo Adir, realizam no dia 13 de outubro, às 11 horas, com transmissão do Ca­nal do Boi, o Leilão do Adir Goiás. O remate acontece na Fazenda Barreiro Grande, em Nova Crixás, com a oferta de touros apropria­dos tanto à pecuária seletiva quan­to para os rebanhos comerciais.

“É o pecuarista quem decide onde vai usar a genética Adir. Se ele quer gado para pista, pasto, melhoramento genético ou pro­dução de gado de corte, a so­lução é a mesma. Não existem dois Nelores no Brasil, a raça é uma só”, explica o diretor do gru­po Paulo Leonel. O promotor destaca a venda de 60 reprodu­tores Nelore PO e POI e dez tou­ros de central, que têm o perfil desejado pelas empresas de ge­nética ou podem ser utilizados no repasse da vacada após a in­seminação artificial.

Hoje, o sangue Nelore está presente em mais de 80% das 216 milhões de cabeças bovinas exis­tentes no Brasil e um dos grandes desafios do pecuarista moderno é contornar o alto grau de con­sangüinidade presente na raça. O Grupo Adir prioriza a produção de animais adaptados, padroni­zados, com aprumos corretos, dorso plano e racial preservado, construído a partir de linhagens POI pioneiras e preservadas.

“Comprar um reprodutor Adir significa ter um animal que aca­sala com qualquer linhagem ou raça, seja em plantel de gado puro ou rebanho comercial”, resume Leonel. Um dos lotes do leilão é Ultron da 2L, filho de Visual da Zeb VR, linhagem eficiente para “refrescar” qualquer acasalamen­to. A avaliação de carcaça do jo­vem reprodutor também impres­siona: 14,51 cm2 de AOL por 100 kg e 3,24% de marmoreio.

Ou seja, os números indicam que Ultron produz carne ma­cia e saborosa, além de possuir índice de espessura de gordu­ra subcutânea superior à média para sua idade, atributo impor­tante aos frigoríficos. Destaque também para Varun da 2L. Seu pai, Recanto, propriedade do Grupo Adir em sociedade com o Grupo GV5, é um raçador que já está gerando touros recordis­tas de preço na pecuária brasi­leira. Metade da propriedade de um filho dele foi arrematada por R$ 96 mil no Leilão do Adir, em Ribeirão Preto (SP), onde fica a segunda fazenda do grupo.

GENÉTICA QUE AGREGA VALOR

A genética Adir tem sido uma forma de pecuaristas faturarem mais no abate do gado de cor­te. O Grupo possui parceria ex­clusiva com a Fazenda Conforto. Esse é o maior confinamento do Brasil, com o abate anual de 120 mil bois, e que paga bônus míni­mo de 25% sobre o indexador boi gordo CEPEA/GO a prazo por be­zerros com genética Adir.

Da mesma forma, o grupo coordena e abastece um recém­-criado Programa de Qualidade de Carne Nelore do Frigorífico Masterboi, que possui sede em Recife (PE) e plantas no Pará e To­cantins. “Há um público que exige produtos de qualidade superior e acreditamos que a parceria com o Grupo Adir nos ajudará atender a essa demanda”, afirma Amaro Ro­dero, diretor do grupo Masterboi.

Em Alagoas, a parceria é com a Cooperativa do Agronegócio do Boi (Cooperboi), que possui 52 cooperados. “Nossa meta princi­pal é abastecer a gastronomia lo­cal com cortes mais tenros, macios e suculentos”, diz José Ronaldo, di­retor da Cooperboi, que aprovou o projeto de avaliação de carcaça realizado pelo Grupo Adir.

COMPROVAÇÃO NO GANCHO

Além de toda a preocupação com caracterização racial e con­formação desejada para condi­ções de campo, esculpida pelo pa­triarca Adir do Carmo Leonel, há 58 anos, o Grupo Adir tem inves­tido pesado nos abates técnicos por touro, para unir genética pio­neira à produção de uma carcaça moderna e rentável na indústria.

O projeto iniciado em outubro de 2014 é coordenado pelo profes­sor Sérgio Pflanzer, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp (Campinas/SP). O tra­balho, único no País, já provou os touros Jiandut FIV (linhagem Go­lias), OPUS FIV do Brumado (li­nhagem Jeru), Naman FIV da 2L (linhagem Visual), Jallad FIV da 2L (Golias) e Palluk POI FIV da 2L, também de linhagem Golias.

Os resultados mostram novi­lhos Nelore abatidos com peso médio de 20 arrobas, rendimento de carcaça entre 57 e 59% e espes­sura de gordura subcutânea de 4 a 6 mm, suficientes para os creden­ciar a qualquer programa de qua­lidade de carne bovina.

A iniciativa é coroada por ava­liações de carcaça in vivo por ul­trassonografia, promovidas por Liliane Suguisawa, da DGT Bra­sil, que revelaram o touro Nelo­re número um em marmoreio do Brasil: Quanupur da 2L, que deixou para trás nada menos que outros 500 mil animais.

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