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A Polícia Civil investiga uma mensagem publicada em uma rede social que ameaça gays por meio de grupos de extermínio em Goiás. O caso também é apurado pelo Ministério Público Estadual (MP-GO) e pela Ordem dos Advogados do Brasil, seção Goiás (OAB-GO).
A postagem foi publicada nos comentários de uma transmissão ao vido do jornal O Popular, logo após a apuração dos resultados das eleições presidenciais, no domingo, 28, quando Jair Messias Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil.
O texto, que foi apagado logo após a repercussão do caso, afirmava que: “Grupos de extermínio dos gays no Goiás. Vamos juntos lutar pela família brasileira e por fim nesses filhos do demônio. A favor da família tradicional. Gay bom é [gay] morto, junte-se a nós”.
A polícia informou que o perfil no Facebook responsável pela publicação tinha o nome de uma mulher, mas foi deletado assim como a mensagem.
Segundo a corporação, a mulher que seria a dona do perfil se apresentou espontaneamente na delegacia para prestar depoimento. À delegada Sabrina Leles, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc), a internauta alegou que pegaram a foto e o nome dela para criar um suposto perfil falso de onde foi publicado o post.
No depoimento, a mulher negou ter sido autora da mensagem, porém, a informação ainda é investigada. Para Leles, a publicação é tratada como um ato de terrorismo. Ela informou ainda que o responsável pela postagem, quando devidamente identificado, pode responder por diversos crimes, como ameaça, injúria racial, entre outros, dependendo das denúncias recebidas.
Ameaças
Após a repercussão do caso, o MP-GO divulgou que recebeu denúncias de nove pessoas que se sentiram ameaçadas pela mensagem. Documentos sobre a apuração serão encaminhados para alguma promotoria, ainda não definida, que dará continuidade nas investigações.
Através de nota, a Comissão de Direitos Humanos da OAB-GO se manifestou sobre o ocorrido e ressaltou que a entidade sente "indignação e veemente repúdio institucional ao discurso de ódio e incitação à violência".
Também sobre o caso, a advogada Chynthia Barcellos, que é membro da Comissão da Diversidade Sexual do órgão, pontua que é imprescindível a investigação do caso.
Veja nota na íntegra:
Até o momento, a assessoria de imprensa do Facebook não se posicionou sobre o caso.