- Creche no Centro de Goiânia é a prova da persistência e vocação
- Instituição que tem capacidade para 120 crianças, abriga hoje 50 crianças de 0 a cinco anos. Eliane Campos, a fundadora, busca parceiros para a creche subsistir
Eliane Campos. Esse é o nome de uma mulher batalhadora que há 18 anos teve o sonho de ajudar outras mulheres com filhos pequenos. O filhinho de Eliane era hiperativo, e por isso ela teve muita dificuldade de mantê-lo em escolas ou de contratar uma babá. E ela se pôs no lugar de outras mães, considerando a dificuldade que elas tinham para trabalhar, sem ter com quem deixar seus filhos.
Então, ela decidiu que precisava ajudar essas crianças carentes.
Sobre a creche, ela confessa: “Os desafios são grandes. A própria mãe deixa a criança na creche e desliga o celular. Se a criança teve a febre a noite toda, no outro dia ela terá febre também. Aí a mãe deixa a criança na creche porque ela tem que trabalhar, e a instituição tem que se responsabilizar”.
Ela diz que uma creche persiste de parcerias com a comunidade: “Temos que somar parceiros para a creche subsistir”, afirma.
Todos participam. Os pais ajudam vendendo rifas, sorvetada, promovendo eventos, festinhas, para angariar fundos para a instituição, juntamente com a comunidade.
Eliane mantém um bazar na creche, cujo dinheiro das vendas é revertido para ajudar nas despesas. Mas a comunidade é fundamental para que a creche continue a sobreviver. “Nós contamos com a comunidade”.
Eliane lamenta o fato de não haver uma legislação que estimule o empresariado a firmar parcerias. “A creche é no Centro. Uma creche pequena. Se o empresariado nos ajudasse a manter uma equipe trabalhando, poderíamos aumentar o número de crianças beneficiadas”, explica.
“O que fica caro não é o arroz nem o feijão. O que fica caro é a equipe, por causa da legislação trabalhista. Fora o IPTU, água e luz. Todo esse contexto de empresa acaba fazendo com que não tenhamos condições de assumir tantas obrigações”.
Para Eliane Campos, o maior desafio é a contratação da equipe, já que a legislação exige que sejam todos pedagogos, o que fica mais complicado.
O horário de funcionamento da creche é das 8h às 17h. São servidas quatro refeições.
A rotina é a seguinte: de manhã tem o pedagógico, e à tarde teatro, música gincanas, brincadeiras, ou seja, o lúdico. O banho era oferecido duas vezes ao dia, mas em virtude do preço da água, um deles foi banido.
Ela explica que desde agosto de 2018, a Prefeitura de Goiânia está com dificuldades em renovar o convênio e por isso até agora os contratos de parceria não foram assinados.
Também Eliane Campos denuncia que todas as instituições estão sem receber quatro meses de 2016.
Apesar de todas as dificuldades, a fundadora Eliane Campos não pensa em desistir. E persiste e ama.