Carlos Henrique Bahia, ex-diretor do Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (IMAS), registrou uma carta em cartório na qual afirma que ágil sozinho na fraude que desviou dinheiro do plano de saúde dos servidores da Prefeitura da capital. Outras cinco pessoas estão sendo investigadas pela justiça, acusados de organização criminosa, entre eles o ex-presidente do instituto, Sebastião Peixoto. Atualmente, todos estão em liberdade.
Um dos trechos da carta, assinada em 22 de abril de 2019, protocolada no Terceiro Tabelionato de Notas de Goiânia, diz que “em síntese: sem que nenhum deles jamais soubesse ou pudessem imagina, usei seus nomes como meio para prática de fraudes no contexto do Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas). Falsificando guias de consultas e exames, envolvi todos eles naquilo que hoje é, para mim, a maior vergonha e tragédia que jamais pensei que seria capaz”.
Por meio de nota, a defesa de Sebastião Peixoto afirma que “sempre teve a plena convicção de que ele é inocente e apresentará nos próximos dias a resposta à acusação que o MP-GO formulou, e espera que depois de todas as medidas que foram impostas à Sebastião indevidamente, seja feita Justiça, absolvendo-o sumariamente”.
Caio Teixeira, advogado do médico Glaydson Jerônimo, afirmou que espera que a carta reforce os fundamentos para a absolvição do seu cliente. “Como sempre, temos absoluta certeza da inocência de cliente, tal carta só ratifica essa verdade, claramente demonstrada durante a investigação e denúncia vazia do MP”, informou.
O advogado, Rodrigo Lustosa, que cuida da defesa do autor da carta disse que estava tomando conhecimento da carta através da imprensa. “Renovo a confiança em meu cliente. A defesa deverá seguir seu caminho no sentido de buscar um enquadramento legal em conformidade com realidade dos fatos”, afirmou o representante.
A defesa da ex-esposa de Carlos, a médica Fernanda Hissae Ribeiro Yamada, o advogado Carlos Márcio Rissi Macedo, afirmou que se manifestarão no processo judicial, mas que a inocência dela é algo que, desde o início, foi dito pela própria Fernanda.
“Ela teve o nome 'usado' pelo Dr. Carlos Henrique, seu então companheiro. Inclusive hoje foi concluído um parecer técnico que encomendamos a um perito e que comprova que as assinaturas imputadas à Dra. Fernanda foram falsificadas”, disse o advogado.
O ex-diretor de Saúde do Imas disse na carta que foi denunciado por organização criminosa, uso de documento falso por oito vezes, falsidade ideológica por 17 vezes, e peculato por duas vezes, fala como acabou envolvendo os nomes dos demais investigados no suposto esquema e pede desculpas. “Tudo aqui que registro foi exposto amplamente aos Promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)”, informa Carlos na carta, na qual anexou o seu depoimento ao Ministério Público.