Após contar sobre o relacionamento abusivo que viveu, a youtuber Dora Figueiredo estimulou suas seguidoras a também dividirem suas experiências. Hoje (30), entra nos assuntos mais comentados do país a #MeuExAbusivo , que reúne relatos e, principalmente, criou uma rede de apoio entre as usuárias do Twitter.
Inúmeros sinais aparentemente imperceptíveis caracterizam a problemática do relacionamento abusivo. Esses sinais ainda que evidentes para algumas pessoas, em vários casos, são ocultos para quem vive submerso na relação.
Estar nessa relação abusiva não se restringe a sofrer agressões físicas, afinal, muitas vezes a violência toma outras formas como verbal, psicológica, sexual e também financeira. Por se ocultar na rotina, esse tipo de violência torna-se difícil de ser identificada, devido ao seu caráter sutil que se disfarça em forma de "dicas", "toques", e "cuidado".
#MeuExAbusivo além de trazer relatos, mostra que vítimas muitas vezes não conseguem entender os abusos
A questão central que perpetua a prática violenta é o fato de muitas vítimas permanecerem nas relações sem conseguir entender o abuso que sofrem. Logo, naturaliza-se o abuso como algo comum e insignificante para a relação.
“Isso sempre é bem sutil no começo. O primeiro caminho é sempre psicológico. Afinal, se o relacionamento começa num tapa, a mulher não continua. Até criar envolvimento e dependência emocional, é um príncipe. Quando ela está envolvida e fragilizada, aí sim ele vira um sapo”, diz a psicóloga e advogada especialista em violência contra a mulher Vanessa Paiva.
A psicologa ainda lista algumas das principais características que fomentam a relação toxica e os perigos que trazem para as vítimas, dentre as configurações desse tipo de relação encontram-se: ciume excessivo; controle; invasão de privacidade; afastamento de outras pessoas; chantagem; destruição de autoestima; invalidação de sentimentos; controle financeiro; usar filhos em chantagem; exigir relação sexual; ameaças e violência física. Dentre essas situações, abre-se um leque para várias outras que podem causar dor e sofrimento a vítima.
O sofrimento não deve ser romantizado, atente-se se caso algum desses sinais se manifesta em sua relação. Não hesite em pedir ajuda: ligue para o 180, a Central de Atendimento à Mulher, que funciona todos os dias da semana, 24 horas por dia, ou procure uma Delegacia da Mulher.