Encontro aconteceu na Câmara dos Deputados a pedido do deputado Zacharias Calil, que é cirurgião pediatra
Audiência Pública realizada na manhã de quinta-feira, 8, na Câmara Federal debateu os cuidados necessários para o melhor tratamento de crianças com traqueostomia no Brasil. Presidido pelo deputado federal Dr. Zacharias Calil (DEM-GO), o encontro mostrou a necessidade de políticas públicas para atender não apenas pacientes, mas também as famílias que buscam atendimento. Segundo o parlamentar goiano, os próximos passos serão criar o Dia Nacional da Criança com Traqueostomia, para ser um marco de lembrança permanente, e solicitar ao Ministério da Saúde uma portaria que regule a notificação compulsória dos casos de crianças traqueostomizadas. “Precisamos que os dados relacionados ao problema sejam confiáveis para propormos políticas públicas efetivas”, afirma Zacharias Calil.
A Dra. Melissa Avelino, Otorrino Pediatra do Hospital Materno Infantil de Goiânia, apresentou a realidade dos pacientes: limitações de fala, alto risco de infecção, dificuldade de alimentação e respiração, além de baixa amplitude de assistência pelo SUS. Segundo ela, é preciso ampliar a informação para as famílias e a formação da equipe de saúde para um atendimento mais humanizado e preciso.
De acordo com o Vice-Presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Eduardo Baptistella, é preciso que o governo olhe com mais cuidado para este problema. Ele diz que o custo pago pelo procedimento de troca de cânula é muito baixo, além de o treinamento das equipes ser ruim. “O enfermeiro e até o clínico médico não tem capacitação e ficam com medo de fazer o procedimento”, diz. Baptistella colocou a ABORL à disposição para capacitar profissionais no país.
Maximiliano Marques, diretor de Promoção à Saúde na Atenção Primária do Ministério da Saúde, apresentou dados sobreo problema no país. Segundo dados do Ministério, entre 2014 e 2018, os casos de traqueostomia só atingiram 0,055% das internações em crianças de 0 a 11 anos. “É um problema de menor magnitude, no espectro de problemas da infância, mas existe e é importante promover novos níveis de desenvolvimento para melhoria na qualidade de vida durante a infância”, explicou.
Participaram, ainda, o Presidente da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica - ABOPe, Vinícius Fonseca, e a Presidente do Departamento Científico de Otorrinolaringologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renata Cantisani Di Francesco.