“Quando me olhava no espelho via um menino, mas eu queria ser uma menina. Ainda bem que recebi muito apoio da minha família e hoje me sinto realizada”. Este é um breve relato da operadora de supermercado do Bretas, Lorena Brito Naves, de 28 anos.
A jovem nasceu em Marabá (PA) como menino, mas aos 14 anos percebeu que não se encaixava no gênero. “Se assumir homossexual é uma situação, já ser transexual é bem mais complexo. Mas tive a sorte de nascer com a mãe que eu tenho, com uma família que me apoia. Minha mãe sempre me disse que, independentemente do meu gênero, era para eu estudar, trabalhar, me manter para conquistar meus objetivos. E que me amaria do mesmo jeito, mas eu deveria ser uma pessoa honesta e trabalhadora para lutar contra os preconceitos”, afirma.
Para Lorena, a transição é como uma escada, um passo de cada vez. “Tudo é aos poucos, comecei a misturar peças de roupas masculinas e femininas e a colocar sapatos unissex . Na época usei muito preto, para disfarçar o peito que estava nascendo. E aos 22 anos , após meu cabelo estar grande, me assumi completamente. O cabelo é o véu da mulher”, brinca.
Ela ainda não passou por procedimentos cirúrgicos, mas todos os seus documentos já estão com o gênero feminino. Lorena conta que quando entrou no Bretas, no início de 2019, por ser transexual ficou com receio da entrevista, mas foi surpreendida, porque a preocupação das recrutadoras era se o trabalho não ia atrapalhar nos seus estudos. Hoje, Lorena cursa o 7º período de enfermagem.
A jovem conta que quando alguns clientes percebem que ela é trans ficam admirados. “Existe a imagem que uma mulher trans tem que estar na prostituição, na noite. E quando me veem trabalhando formalmente, ficam espantados. Sempre explico das nossas lutas e conquistas e que esse conceito é algo do passado”, revela.
Transgênero (trans) é o indivíduo que se identifica com um gênero diferente daquele que corresponde ao seu sexo atribuído no momento do nascimento.
Igualdade
28 de junho é o Dia do Orgulho LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersex), data celebrada e lembrada mundialmente que marca a luta contra a perseguição e o preconceito contra pessoas por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
O Bretas, que integra a Cencosud Brasil, terceira maior supermercadista do país segundo o ranking ABRAS 2020, possui uma política de Diversidade e Inclusão. No dia a dia o preconceito não tem espaço. E visando incluir o gênero, orientação sexual, etnia, credo ou faixa etária, a Rede Bretas promove o respeito e a aceitação da diversidade não só de colaboradores, mas também de clientes.
Para tanto, é primordial contar com uma equipe diversa, que reflita a sociedade atual. Desta forma, é possível criar um ambiente com colaboradores que possam entender melhor os clientes e atender às suas necessidades. Garantindo um espaço onde os funcionários possam desenvolver seu potencial e contribuir ao crescimento profissional e pessoal de cada um.