Os dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) mostram que Goiás registrou até o momento 654 mortes por Covid-19, entretanto esse número pode ser 30% maior, conforme um estudo divulgado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), que aponta cerca de 900 óbitos pela doença em Goiás.
Conforme a matéria publicada pelo portal de notícias G1 a pesquisa da UFG mostra entre os principais fatores a demora de se confirmar a morte e notificá-los, ocorreu na mesma proporção que o vírus se disseminou para o interior de Goiás.
O professor e pesquisador Thiago Rangel responsável por assinar o estudo afirmou que esse atraso gera sub-notificações, e que existem mortes que ocorreram em abril, as quais foram confirmadas na última segunda-feira (6), o que representa um número maior do que o registrado e divulgado pela secretaria até o momento. "Podemos ter entre 800, 900 óbitos", afirmou o pesquisador.
Embora os dados da pesquisa tenham sido divulgados, a SES até o momento não se pronunciou sobre o assunto.
Para evitar proliferação da Covid-19 governantes estão tomando medidas com base em números que tem mais de 15 dias de atraso
Thiago afirmou que o atraso tem como principal impacto nas medidas adotadas pelos governantes para evitar a proliferação do vírus, no entanto, as ações são tomadas levando em consideração os números que tem mais de 15 dias de atraso.
O professor afirmou que a subnotificação pode aumentar com o avanço da doença. Entre os problemas citados pelo pesquisador que pode contribuir para o aumento está a possível falta de testes, que pode ser provocada pelo aumento de casos e que pode tornar os números ainda mais distantes da realidade.
Conforme o portal os dados do consórcio de veículos de imprensa, mostram que o avanço do coronavírus no Centro Oeste no mês de junho aconteceu de forma mais rápida que a média nacional. Os dados mostram que entre os dias 8 e 28 de junho as mortes no Brasil tiveram alta de 54,9%, a região Centro-Oeste registrou um aumento de 191% durante esse período.
O estado que teve o maior aumento durante o período citado foi Goiás, o número de infectados pela doença registrado pela SES foi de 246% em 20 dias, enquanto o número de casos no país teve um aumento de 89,2%. Os números mostram que Goiás teve 84% dos casos da doença confirmados desde o primeiro caso registrado em território goiano, em março deste ano.
As autoridades de saúde apontam que o principal motivo para a doença avançar em Goiás é o baixo índice de isolamento social, que estava em 37%. Além disso a grande densidade populacional de algumas regiões e a flexibilização para a reabertura de atividades que não essenciais, também são apontados como fatores para o crescimento dos casos no estado.
Estudo da UFG aponta que pior cenário da covid-19 em Goiás ainda está por vir
Conforme a pesquisa da UFG ainda estar por vir o pior cenário. O professor afirmou que as previsões mostram que os meses de julho e agosto vão ser de um avanço mais rápido da doença em Goiás e que há possibilidade de contabilizar 100 mortes por dia.
"O que pode ocorrer conforme a previsão é um aumento exponencial de casos, caso não apareçam novas evidências, que vai ser bem diferente do que acompanhamos até maio, quando o crescimento da doença em Goiás ocorreu de forma lenta. Além de ser difícil para todos nós termos que pensar na progressão, pois estávamos acostumados com um ritmo e agora vamos entrar outro", explica o pesquisador.
Conforme a publicação do portal, a Secretaria prevê um pico da doença na última semana de julho, com o mês de agosto registrando uma queda no número de casos da doença na capital.
A previsão da pasta é para que o pico ocorra na semana dos dias 22 a 27 de julho, segundo o levantamento observando outros estados e países. De acordo com a pasta a informação foi apontada no início do mês passado e vem sendo cumprida, e por essa razão a SES considera que já estamos no mês mais crítico da doença.