O ex-ativista de extrema esquerda, Cesare Battisti, anunciou em carta pública nesta terça-feira (8) o início de uma greve de fome. O ato é um protesto contra o sistema de sua prisão. Ele é retido em isolamento desde janeiro de 2019 no presídio de segurança máxima de Oristano, Sardenha, quando foi capturado na Bolívia, depois de 40 anos foragido.
Desta forma, não mantém contato com ninguém e não tem atividades. Em 1993 ele foi condenado à prisão perpétua na Itália depois de cometer quatro assassinatos nos anos 1970. As informações são da agência AFP e foram publicadas pela revista IstoÉ.
Conforme a reportagem, a carta aponta reclamações contra a administração penitenciária. Segundo Battisti, ele não obtém respostas sobre pedidos escritos ou orais para "restabelecer a legalidade" da sua situação.
De acordo com a matéria, o ex-militante também deseja ser transferido para outra prisão com a possibilidade de rever familiares de forma mais fácil. Também reivindica que o seu regime de detenção seja revisto, "a segurança máxima prevista para os terroristas". Battisti argumenta que "as condições de risco que o justificariam não existem mais".
Segundo o site, ele reconheceu depois de poucas semanas de prisão a autoria dos assassinatos. Também apontou o erro da luta armada.
De 1990 a 2004, período em que esteve na França, ele se valeu da proteção do presidente socialista, François Mitterrand. A medida do político francês da época determinava não extraditar militantes de extrema esquerda que renunciassem à luta armada, conforme a reportagem.
No entanto, Battisti foi extraditado após ação do governo do presidente Jacques Chirac. Em 2004, o novo representante colocou um fim à "jurisprudência Mitterand", de acordo com a AFP.
Em seguida, ele fugiu para o Brasil com uma identidade falsa. De acordo com Battisti, ele teve ajuda de serviços secretos franceses.