Durante entrevista concedida ontem (15) à Rádio Bandeirantes o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu o uso do fogo preventivo para reduzir a matéria orgânica disposta no Pantanal e combater a propagação das queimadas na região.
De acordo com a emissora, ele apontou que existem técnicas para queimadas controladas, intituladas "fogo frio", que não foram utilizadas nos últimos anos. Por isso a situação se agravou no Pantanal, conforme Salles.
Conforme a reportagem, a versão do ministro à Bandeirantes aponta que a ausência da técnica gerou o crescimento do volume de matéria, provocando a queimada.
"Lá no Pantanal, no estado do Mato Grosso, já há cerca de um mês com cinco aeronaves, cerca de 80 viaturas, 400 brigadistas, mais o pessoal das Forças Armadas e mais os Bombeiros do estado. E agora, a partir dessa semana, começou o fogo também no Mato Grosso do Sul. E para lá também já foram mais dois aviões do Governo Federal, 40 viaturas, cerca de 300 brigadistas", ressaltou.
Racionalidade e uso do fogo preventivo
Durante a entrevista Salles explicou a situação do Pantanal comparando com o cenário da Califórnia,
"Agora, de fato é este o problema. Quer dizer, você precisa ter uma racionalidade e um manejo preventivo do fogo. Ontem até saiu uma matéria no jornal 'The Guardian' dizendo que esse também é um motivo das grandes queimadas na Califórnia. Que a Califórnia, ao longo dos anos, foi banindo o uso do fogo como maneira preventiva de incêndio, por uma questão de escolha, uma escolha política, ideológica, dogmática, seja lá o que for. Na Califórnia aconteceu isso. E aqui no Pantanal não está sendo diferente", avaliou.
"Então nós precisamos ter essa visão de que certas técnicas, conhecidas sempre de maneira centenária, que é o uso desse fogo controlado, a queima controlada, ele serve para limpar o excesso de massa orgânica. E realmente quando você não faz isso, não permite que isso não seja feito, quando vem um incêndio, com todo aquele material depositado em solo, o incêndio se torna de muito maior proporção. Para além da questão climática, evidentemente. Está mais seco, está mais quente e os ventos muito fortes", completou.